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Capítulo 8: VIII

Página 120
Está um tempo muito bonito; nem parece Dezembro.

- Não; vai magnífico para os nabais - replicou Madalena zombeteiramente.

- Se não mudar com a nova lua - continuou Cristina, ainda formalizada.

- É excelente para secar os milhos, que bem precisavam ainda disso, principalmente os das terras baixas.

E, acabando de dizer estas palavras, a Morgadinha desatou a rir.

- Não sei de que te ris? - acudiu Cristina, cada vez mais séria. - Pois não é esta a conversa de que tu gostas?

- Ai, muito. Eu sou doida por estas coisas de lavoura; bem sabes. - E, mudando repentinamente de tom, acrescentou: - Ora vamos, Criste; não te zangues comigo.

- Não, mas é que às vezes não te entendo, a falar verdade.

Vens com umas coisas que metem raiva - respondeu-lhe Cristina, sempre agastada.

- Já estou arrependida; peço perdão. Fala lá à tua vontade no primo Henrique, fala; que eu não contarei as vezes que o fizeres.

Cristina reproduziu o gesto de impaciência.

- Agradeço a tua generosidade, mas já não tenho mais que dizer dele agora; por isso...

- Pelo menos completa a dúzia.

- Lena! Então! Olha que, se continuas com isso, fazes-me sair daqui.

- Sempre queria que te vissem agora, Criste, esses que andam por aí a gabar a docilidade do teu génio, as branduras da tua índole; queria que te vissem essa cara de arrenegada, para saberem que também há um acidozinho na tal doçura... Mas fazes-me a graça de só para mim teres dessas franquezas.

Cristina sorriu, ainda que não de todo aplacada, ao ouvir esta reflexão da prima.

- E não sabes a razão disso? - respondeu-lhe ela. - A razão é o génio que tens, Lena. O teu gosto é mortificares uma pessoa. Não há santo que não perdesse a paciência contigo.

- Que injustiça! Que ingratidão!

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pág. 120 (Capítulo 8)

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Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 120

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506