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Capítulo 8: VIII

Página 122

- Suspeitas! Que suspeitas?...

- O primo Henrique de Souselas deixou em ti uma tal ou qual impressão.

- Lena!

- Conheci isso, ainda quando ele cá estava; verifiquei-o depois e agora. Então! tem juízo. Comigo sê sempre o que tens sido. Eu gozo há muito do privilégio de conversar à vontade contigo e de te ver sem aquela timidez que tens diante dos outros. Com o teu génio, precisas de uma pessoa como eu, com quem não tenhas acanhamento e em quem possas até descarregar algumas maldadezitas; e acredita que me lisonjeio com me dares a preferência.

- Mas como imaginaste?...

- Continuas? Não tens de que te envergonhar pelo interesse que porventura te inspirou esse rapaz. Henrique de Souselas é elegante, é espirituoso, afável, possui uma inteligência cultivada e muito trato do Mundo...

- Mas...

- Faça favor de me ouvir - atalhou Madalena, pondo um dedo nos lábios. - Reconhecendo todas estas qualidades naquele nosso primo, não quero por isso concluir que seja natural e prudente denunciares-te já. E nem receio que isso aconteça, para te falar sinceramente, porque te conheço o génio tímido e porque... porque te conheço o génio tímido e mais nada.

Havia mais alguma coisa, havia, mas não era coisa que se dissesse.

Madalena sabia de mais que Henrique não saíra daquela primeira visita demasiado impressionado por a imagem de Cristina; sabia talvez, suspeitava decerto, não me atrevo a dizer que lisonjeada algum tanto, que no coração do hóspede de Alvapenha reinava outra imagem mais persistente. Mas vejam as leitoras se, sendo este o seu pensamento, ela o poderia formular. O remédio pois era completar a frase como a completou.

Cristina já não tinha ousadia para negar, nem ainda coragem para confessar. Encostando a face à mão, calou-se e deixou falar Madalena.

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pág. 122 (Capítulo 8)

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Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 122

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506