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Capítulo 8: VIII

Página 125

- Por uma razão muito poderosa, Criste: porque ias abrir o coração a um sentimento mau, que macularia o teu carácter generoso e cândido - a desconfiança. Porque me ofenderias, duvidando da lealdade com que te falo, quando te falo séria; e porque me farias mal sem necessidade e imerecidamente, pois que a consciência me diz que to não merecia. Satisfaz-te esta razão? A voz de Madalena perdera o tom de ironia, que às vezes tinha, e tomara quase o da comoção.

Cristina arrependeu-se logo do que dissera, e, também comovida, apertou as mãos da amiga.

- Não faças caso do que eu disse, Lena; perdoa-me. Quando eu duvidar de ti, pedirei a Deus que me tire a vida, porque terei já, para tudo e para sempre, envenenado o coração.

A Morgadinha readquiriu outra vez o seu bom humor.

- Estamos quase a cair no sentimentalismo. Cautela! Saldemos antes as nossas contas, como mulheres de juízo. Em compensação da pequena ofensa que me fizeste, vais-me fazer uma confissão formal, a qual até agora tens evitado. Ora confessa: adivinhei o estado do teu coração? Dize.

Cristina hesitou.

- Vamos - insistiu a Morgadinha, acredita que preciso de uma declaração para me guiar... E crê que é para bem teu.

- Que queres que te diga? Eu não me sinto apaixonada.

- Mas já te disse que me bastava um termo menos violento... um «agradada», por exemplo.

- Confesso que...

- Olha, se queres, podes até parar aí. Esse «confesso que...» já diz muito. Agora deixa-te guiar por mim. Eu vigiarei. Afianço-te que não corro o perigo de me apaixonar por ele; creio que há ali um excelente coração, mas que queres? Não é o tipo que me agrada... o meu ideal, como se costuma dizer.

- E então qual é o teu ideal?

- Ai, eu sou muito exigente. Desespero de o encontrar.

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pág. 125 (Capítulo 8)

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Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 125

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506