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Capítulo 11: XI

Página 172

- Vamos - ponderou o Brasileiro, como quem vira pretexto de fazer novo discurso e como homem que punha acima dos despeitos a verdade científica. - O enterrar nas igrejas é anti-higiénico; porque os químicos sabem que... o ar que não é puro... é mau para a saúde pública. Ora os cadáveres... em putrefacção produzem uns vapores que corrompem o ar... Há uns insectozinhos invisíveis que a gente respira... e vão para a massa do sangue e corrompem-na... e o resultado é a febre... porque a febre são os humores a ferver... como o vinho no lagar... e, se saem, muito que bem; e, se não saem, ficam retidos e azedam o corpo todo.

- A teoria fisiológico-patológica foi recebida com atenção igual à que merecera a económica.

- Tudo isso será assim - disse o padre - mas o conselheiro faz aquilo por instigações das lojas maçónicas e dos pedreiros- -livres.

- Pois ele será também?... - disse um dos lavradores, arregalando os olhos assustados.

- Ora que dúvida! Pois aquela gentinha é toda da súcia.

- Corja - respondeu o Sr. Joãozinho.

O Brasileiro, que se filiara no Brasil na Maçonaria, fez um discurso sobre os fins da sociedade, que ninguém entendeu; vendo, porém, que não calavam nos ânimos aquelas doutrinas, mudou repentinamente de rumo.

- Ele não será mação - disse daí a momentos o padre - mas é ver o que ele tem defendido nas Câmaras: queria roubar às irmandades e às freiras os bens que elas possuem; apeteceu-lhe o exemplo do cunhado, que se encheu com a compra do Mosteiro; queria acabar com o santo sacramento do matrimónio; queria que cada qual seguisse a religião que muito bem lhe parecesse. Vejam que cristão aquele!

- Estas novidades abalaram os lavradores, que formularam algumas palavras de censura.

- E também falou para acabar com os morgados e com os vínculos.

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pág. 172 (Capítulo 11)

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Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 172

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506