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Capítulo 14: XIV

Página 222
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- Valia mais esperar algum tempo. A vida dele não pode ser muito longa. Deixem-no morrer em paz, à sombra daquelas árvores a que ele quer tanto. Que importa passar mais alguns anos sem uma estrada?

- Poesia! - disse o conselheiro, sorrindo para Henrique, que lhe correspondeu.

- Perdão! - acudiu Madalena, corando - é caridade.

- Ora vamos, Lena. Sê razoável. Todos sofrem no mundo sacrifícios maiores do que esse; eu mesmo, que me não tenho ainda assim por vítima da sorte:

- E não haveria outro meio? - perguntou Ângelo. - Acaso há só esses dois lugares para dirigir a estrada?

- Que antes nunca se fizesse! - exclamou Madalena, apaixonadamente.

- Aí temos como o sentimento me torna retrógrada a minha Lena. Já clama contra as estradas como qualquer reaccionário convicto.

Havia um outro traçado, mas esse ia destruir completamente os campos do Brejo.

- Ah! então esse, esse! São bens nossos! - exclamou Madalena com vivacidade.

- São bens de Ângelo, filha, e porventura aqueles que um dia mais valiosos se tornarão para teu irmão.

- Os charcos? - disse Ângelo, encolhendo os ombros. - Ora! Só para viveiro de rãs.

- Hoje pouco mais são do que isso, e como tal no-los pagariam agora. Dentro, porém, de alguns anos, operados ali os trabalhos de esgoto, que eu projecto, verão em que se transforma aquilo. É exigir a um homem muita abnegação pretender dele que sacrifique assim os elementos da riqueza futura de seus filhos; quanto mais que as vantagens não seriam tais que...

- Não pediríamos esmola, meu pai - notou timidamente Ângelo.

- Nem o Vicente a pedirá. Visto que estais tão desprendidos de interesse, que não hesitais em fazer-lhe sacrifício dos vossos bens, podeis ceder-lhe o suficiente para o compensar da perda.

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pág. 222 (Capítulo 14)

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Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 222

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506