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Capítulo 16: XVI

Página 245

E Madalena tentou de novo seguir para diante.

Henrique susteve-a outra vez.

- Um momento só, prima Madalena; tenho necessidade de saber se me quer para aliado ou para inimigo.

- Não vejo a necessidade da aliança que propõe, nem as razões para a luta.

- Sejamos francos. A prima deve confessar que a minha presença aqui foi um desagradável contratempo. Uma certa altivez e consciência de invulnerabilidade, de que tinha o incómodo de se revestir sempre que tratava comigo, depois desta importuna ocorrência, terá de se modificar.

- Não havia dado por essa revestidura que diz; mas, se ela existiu, far-me-á o favor de dizer: porque não pode continuar?

- Essa é boa! Porque eu faço a justiça à prima de supor que não vai tão longe a sua hipocrisia.

- Hipocrisia! - disse Madalena, com acento mais severo.

- Perdão; não tive tempo para inventar outro termo mais... brando. Dissimulação talvez lhe agrade mais. Seja dissimulação.

Mas, depois do ocorrido:

- Agora exijo eu que se explique, senhor.

- Ora vamos. Seja razoável. Poder-me-á dar uma explicação... edificante... desta sua excursão nocturna?

- Obsta apenas a que eu lha dê, Sr. Henrique de Souselas, a falta de uma pequena formalidade: a de lhe reconhecer o direito de interrogar-me.

- Muito bem. Cada vez confirmo mais a minha ideia. A prima é uma mulher admirável, uma mulher superior, educada na alta escola de uma sociedade distinta, sobranceira por isso a pieguices provincianas. Tanto mais me encanta! E creia que me envergonho só ao lembrar-me do que terá pensado de mim, vendo-me tomar a sério as suas profissões de fé, tão cheias de franqueza e de candura. Devo ter-lhe parecido bem ridículo! Não é verdade?

- Agora é que me está parecendo bem enigmático!

- Sim? Nesse caso eu me decifro.

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pág. 245 (Capítulo 16)

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Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 245

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506