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Capítulo 17: XVII

Página 268
conselheiro teve vontade de o esganar; conteve-se, porém, dizendo:

- Tanto melhor: quero-me antes com proprietários ilustrados e independentes, que compreendam a importância dos melhoramentos públicos, do que...

- Isso histórias, meu caro amigo; em primeiro lugar estão os melhoramentos particulares. Eh! eh! eh!

- Decerto que não há-de querer pôr estorvos a uma empresa como esta.

- Estorvos, não, mas enfim... Amigos, amigos, negócios à parte.

O conselheiro sorriu, enquanto que interiormente mandava ao diabo o espírito mercantil e interesseiro do seu antigo condiscípulo:

- Pode-me dar duas palavras, Sr. Conselheiro? - requereu do lado o Sr. Joãozinho das Perdizes.

- Mil que pretenda - acudiu o conselheiro; e, tomando o braço do Morgado, afastou-se do grupo.

- Eu tenho a pedir-lhe um favor - principiou o morgado. - Eu, como sabe, interesso-me muito pelo mestre-escola do Chão do Pereiro, que quer vir ensinar para aqui. Este negócio está empatado, como sabe; por isso queria que o senhor escrevesse para Lisboa a este respeito.

- Pois sim, mas... - fez-lhe notar o conselheiro - não sabe que é Augusto o outro concorrente?

- Então que tem isso?

- Não lhe parece que seria uma injustiça? Um rapaz de merecimento, como ele é, aqui da terra, que já exerce o emprego há três anos e com tanta inteligência! E havíamos de...

- É verdade, - atalhou o outro - pois isso é verdade, mas... Enfim, ele que passe para outra parte.

- Mas se o rapaz quer isto?

- Quer! quer... Também o outro quer. Ora essa é fresca. E vamos, Sr. Conselheiro, a gente também não há-de estar só a fazer favores, sem os receber quando os pede. Com este já são três. Pedi-lhe para o meu tio abade ser cónego; foi tanto cónego como eu; pedi umas caudelarias lá para a freguesia.

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pág. 268 (Capítulo 17)

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Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 268

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506