A Morgadinha dos Canaviais - Cap. 17: XVII Pág. 267 / 508

Nestas cogitações chegou à igreja. Madalena esperava-o no adro.

- Então? - perguntou ela, com ansiedade.

- Tudo está remediado; entendemo-nos perfeitamente - respondeu o conselheiro, com manifesta satisfação.

- Deveras?! Eu logo vi que o pai havia de ceder! - exclamou Madalena, com alegria.

- Como ceder? - tornou o pai. - Ele é que foi mais condescendente do que eu esperava. Não opôs a menor resistência, nem se queixou muito amargamente.

- Pois consentiu?!

- Sem grande custo, ao que parecia.

- Ó meu Deus! meu Deus! Agora é que eu temo deveras. Pobre Tio Vicente! Assusta-me isso que diz, meu pai!

- Ora vamos; a tua imaginação é que te ilude. Mas deixa-me aqui falar com o Morgado das Perdizes e com o Brasileiro, que julgo que têm que me dizer. Vai para a igreja, que eu vou já ter convosco.

E, separando-se da filha, o conselheiro dirigiu-se ao grupo, em que estavam aquelas duas notabilidades.

- Dou-lhes uma boa nova, meus senhores - disse o conselheiro, depois de cumprimentá-los - dentro em pouco temos os alviões a trabalhar cá na terra. Estive agora com o Vicente; receei resistências da parte do homem, que nos obrigassem a expropriações judiciais, sempre demoradas. Mas não, achei-o nas melhores disposições; e assim, dentro em poucos dias...

- Mas, para diante da casa dele, talvez os outros proprietários não sejam tão dóceis - lembrou o Brasileiro.

- Bem sabe que são terras insignificantes, cujos possuidores com pouco se contentam.

- Os antigos possuidores talvez se contentassem com pouco - disse o Brasileiro, sorrindo velhacamente - mas os modernos...

- Pois mudaram de senhorio?

- Por contrato de venda assinado e legalizado ontem mesmo.

- E quem os comprou?

- Este seu criado.

O





Os capítulos deste livro