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Capítulo 22: XXII

Página 344

- Por amor de Deus, prima Madalena, que diz essa carta, para assim a perturbar? - perguntou Henrique, já assustado também.

- Não sei bem; não posso ainda dizer a que se refere meu pai; mas sinto-me interiormente sobressaltada, como se o adivinhasse.

- Mas afinal o que se diz aí?

- Leia, e veja se, melhor do que eu, pode compreender esse enigma, por certo doloroso.

Henrique examinou a carta, que a Morgadinha lhe passou para as mãos.

Nesta carta queixava-se o conselheiro à filha de ter sido vítima de um abuso de confiança cometido por alguém, que ele ainda não sabia dizer quem fosse. Num periódico de Lisboa fora publicada por aqueles dias uma carta dirigida tempos antes ao conselheiro por não menor personagem política do que o secretário íntimo do ministro.

O próprio conselheiro confessava ser esta carta demasiado comprometedora, e assim também o demonstrava a excepcional irritação que transparecia em todos os períodos da que escrevera à filha.

O periódico que, para fins políticos, fizera a publicação, havia ocultado os nomes, porém, muitas circunstâncias referidas tornavam inútil a discrição, e em Lisboa ninguém hesitou em apontar os personagens entre quem se passara o facto. Durante uma das suas demoras na aldeia, recebera o conselheiro essa carta; ali, no seio da família, a confiança que depositava em quantos o rodeavam impediu- o de ser previdente, como por hábito o era; fácil foi, portanto, o extravio. O conselheiro dizia à filha que era preciso descobrir o traidor, para evitar futuros abusos; e para isso, que se lembrasse de que o alcance da carta não era para todos compreendê-lo, e, portanto, não se limitassem a indagar entre os da baixa classe. «A vingança - concluía o conselheiro, de uma maneira misteriosa,

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pág. 344 (Capítulo 22)

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Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 344

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506