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Capítulo 22: XXII

Página 355

Oferecendo à Morgadinha a carta que lera, disse-lhe, com um modo que a impressionou:

- Veja se compreende a significação desta carta, que estava na pasta do Sr. Augusto, do amigo de seu irmão. A mim parece-me que as crianças não a compreenderiam bem.

Madalena olhou para Henrique e depois para a carta, que principiou a ler.

Sucedeu-lhe como a Henrique: cedo a dominava uma ansiosa curiosidade, que a obrigou a ler com rapidez até ao fim.

Ao acabar, amarfanhou-a com raiva, arrojando-a no chão; escondeu o rosto entre as mãos e não pôde reter o pranto que lhe rebentava dos olhos.

D. Vitória parou a olhá-la, estupefacta.

- Que é isso, Lena? Santo nome de Deus! Tu que tens, menina?

- É que há momentos, minha tia - respondeu Madalena, fitando-a com os olhos arrasados de lágrimas - em que eu não sei como se resiste à loucura; em que, para não duvidarmos de nós mesmos, é necessário duvidar da Providência, que dizem que protege os bons.

E, levantando-se nesta agitação nervosa, saiu da sala, sufocada pelos soluços.

D. Vitória interrogou Henrique a respeito da causa deste episódio, que ela não podia compreender.

Henrique respondeu simplesmente:

- Sucede, minha senhora, que a carta encontrada na pasta do Sr. Augusto parece-se muito com aquela de cujo extravio o Sr. Conselheiro se queixa e que foi publicada nos periódicos de Lisboa.

D. Vitória esteve algum tempo a pensar na verdadeira significação da resposta.

- Mas... nesse caso... visto isso...

- Visto isso, só o Sr. Augusto pode explicar o mistério que inda há pouco nos preocupava a todos. Os meus pressentimentos malignos tinham infelizmente um fundo de verdade.

D. Vitória, tendo afinal compreendido, exclamou:

- Pois seria ele?! Era dele que o primo há pouco falava? Por esta não esperava eu! Ora fie-se uma pessoa nestes santos! Uma coisa assim! Ora deixa estar que eu vou.

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pág. 355 (Capítulo 22)

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Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 355

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506