Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 25: XXV

Página 392

Um homem, que parecia chegar de longa jornada, aproximara-se do cemitério, cada vez mais pressuroso à medida que se afirmava nos grupos ali reunidos.

Entrou justamente quando a fúria popular crescia mais impetuosa.

A figura da Morgadinha, em pé sobre os degraus do túmulo, abraçada a ele, dominava toda aquela multidão.

Ao descobri-la à distância, o homem que dissemos soltou uma exclamação, como de quem tinha compreendido ou adivinhado a significação daquela cena; e, apressando ainda mais os passos, achou-se, dentro em pouco, no lugar do motim.

Era tempo.

A populaça alucinada ia talvez exercer algumas dessas irreflectidas violências, que tantas vezes maculam e desonram a causa do povo nas lutas em que ele toma parte.

- Que é isto aqui? - disse o homem, rompendo com os braços potentes a onda que se lhe antolhava.

À rudeza do impulso ninguém resistiu; em pouco tempo abriu caminho até ao meio do círculo.

Uma só voz correu por as diferentes pessoas do grupo dos amotinados.

- O Herodes!... É o Herodes!... - diziam, afastando-se.

Efectivamente era o Cancela o homem que tinha chegado.

Obtendo fiança, graças à intervenção do conselheiro, voltava à terra, ansioso por ver e beijar a filha, cuja ausência fora a única dor que o atormentara.

O desgraçado não sabia ainda da sorte dela.

Uma carta que Madalena lhe escreveu, noticiando-lha, já não o encontrara na prisão, para onde fora dirigida.

Vinha cheio de esperanças o pobre homem, porque eram para animar as últimas notícias recebidas.

Vendo de longe o ajuntamento no cemitério, ouvindo os gritos sediciosos, conjecturou que havia algum motim popular por causa dos enterros no adro, que ele sabia serem antipáticos aos espíritos da terra.

Quando descobriu a Morgadinha, envolvida pelo tumulto, e no túmulo da mãe, previu que ela estava correndo perigo, e apressou- -se logo a acudir-lhe.

<< Página Anterior

pág. 392 (Capítulo 25)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 392

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506