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Capítulo 25: XXV

Página 396
Saíram desde que viram os ânimos pouco dispostos a secundá-los.

Os circunstantes quase faziam já coro com as arguições do Cancela contra os excessos do fanatismo e do beatério.

- A falar a verdade - dizia um - este pobre homem tem alguma razão. Isto de meter cismas às crianças!...

- E a Rosita do Gaudêncio olha que vai por a mesma.

- Também é de mais.

- Eu por mim se fosse a ele... Não sei o que faria.

Nestes e noutros dizeres se iam retirando do cemitério.

Não seria difícil a um espectador aproveitar aqueles mesmos braços e armas para organizar uma sedição sobre uma divisa oposta à que primeiro os convocara.

Ao ver cerrar-se a campa sobre o corpo da filha, o Cancela caiu de joelhos, sufocado em pranto.

As crianças presentes, por o contágio da comoção, a que é tão sujeita aquela idade, choraram também.

Madalena ia a consolá-lo, mas o sentimento próprio não a deixou falar.

Só pôde pousar-lhe em silêncio a mão no ombro.

O Cancela apoderou-se dela, e, levando-a aos lábios, rompeu em mais desafogado pranto do que nunca.

A noite crescia; cada vez era mais cerrado de nuvens o firmamento.

Os sons das Ave-Marias vibraram nos ares, prolongados e tristes. O padre velho pronunciou em voz alta a saudação angelical. Responderam-lhe as crianças.

Tudo concorria para aumentar a extrema melancolia do quadro.

O Cancela a muito custo se resignou a arrancar-se dali.

A Morgadinha voltou a casa com o coração opresso de tristeza.

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Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 396

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506