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Capítulo 28: XXVIII

Página 422
para Madalena:

- Diga-me uma coisa, prima Madalena: compreendendo tão bem as necessidades do coração dos outros, não pensou ainda nas do seu?

- E quem lhe disse que as tinha?

- Conceda-me também um pouco da sua admirável perspicácia, e não se julgue tão impenetrável, que não ofereça leitura aos olhos que a observam.

- Ah! Então leu?

- Uma página eloquente de sentimentos generosos, prima; uma página que eu só agora estou habilitado para a apreciar como merece; página, porém, tão recatada, que julgo que ainda a não leu bem o principal interessado nela. Cego, como eu fui.

- Não leria? - perguntou Madalena, sorrindo. - Está certo disso?

- E pode ser que lesse, pode; ou pelo menos que por inspiração a adivinhasse. Há casos desses.

Madalena tornou, mudando de tom:

- É ainda cedo para tratar de mim. Quando me resolver a isso, verá que sou um doente modelo. Não hesitarei ante a violência do remédio.

- E porque demora o tratamento?

- Pois parece-lhe que será urgente o caso?

- Prima Madalena, o que vejo é que há mais fortaleza da sua parte do que...

- Silêncio! - disse a Morgadinha, escutando.- Pareceu-me ouvir...

Neste momento a Brízida, que fora a uma sala imediata, voltou, dizendo em voz baixa:

- Parece-me que abriram as portas da capela. Devem ser eles.

- Então depressa - disse Madalena. - Abra-nos o coro; mas antes apaguemos as luzes. Teve uma feliz lembrança em prevenir- -se com essa lanterna de furta-fogo. Traga-a e siga-me; mas oculte a luz. Não faça barulho... Apagadas as luzes da sala, Madalena e Henrique entraram, por um corredor estreito, no coro da capela, donde a morgada costumava ouvir missa, enquanto mandava patentear ao povo o pavimento inferior.

Quando ali chegaram, com as

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pág. 422 (Capítulo 28)

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Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 422

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506