Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 32: XXXIII

Página 503

A palavra «ministro», produziu sensação na sala.

D. Vitória exclamou:

- Ministro! Pois quem é que está ministro? O mano?!... Ora, sim senhor! acertou Sua Majestade!...

- Mas... valha-me Deus! O ponto está que não façam por aí alguma revolução para o deitar abaixo - acudiu D. Doroteia, em cujo ânimo os factos das nossas dissensões civis tinham deixado sinistras ideias ligadas à palavra ministro.

Madalena, Ângelo e Cristina correram a abraçar o conselheiro; Henrique reteve, porém, os dois últimos, dizendo:

- Primeiro, Lena. Talvez tenha a pedir alguma mercê a S. Ex.ª, e à primeira não há carácter de ministro que não ceda.

O conselheiro sorriu já.

Madalena beijou-lhe a mão, e o pranto provocado pela violência das cenas anteriores, e até ali a custo reprimido, rebentou agora abundante, banhando as mãos do pai.

Henrique afastou-se a conversar com Augusto, para o não deixar sair da sala.

O coração do conselheiro não era de pedra. Duas causas poderosíssimas conspiravam-se para abrandá-lo. Como homem político, havia a satisfação da máxima ambição de todos, a notícia de ser chamado ao ministério. - Nos momentos em que vemos satisfazer-se qualquer ardente desejo no nosso coração, abrimo-nos às simpatias para com os desejos dos outros, e, se de nós depende realizá-los, cedemos de boa vontade. Como pai, havia as lágrimas da filha a convencê-lo, e a eloquência deste argumento das lágrimas em olhos de mulher é geralmente sabida; quanto mais se a mulher é jovem e bela! quanto mais se a mulher é filha! Sem o menor vestígio da irritação anterior, o conselheiro ergueu Madalena, apertou-a ao seio e disse-lhe meigamente:

- Porque choras tu, Lena? Criança! Então prometes-me ser muito feliz, se eu te deixar fazer as tuas loucuras?

Madalena respondeu-lhe, abraçando-o afectuosamente, e beijando- o.

<< Página Anterior

pág. 503 (Capítulo 32)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 503

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506