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Capítulo 9: IX - No escritório

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teve dúvida… pois… esse relógio é de um fabricante muito acreditado e, segundo o homem afirma aos compradores, não fará diferença de meio minuto em cinco anos! Talvez seja confiança de mais! – acrescentou, rindo com vontade.

– Ou cegueira paternal – observou Carlos, rindo como ele.

– Sim, sim, ou isso, cegueira paternal, sim – concordou Mr. Richard, rindo cada vez mais e experimentando ele mesmo também os efeitos da tal cegueira.

E em seguida destapou duas garrafas de cerveja de Bass, tirou do armário uma copiosa provisão de bolacha e, na companhia do filho, celebrou a sua terceira refeição daquela manhã.

Passados minutos, voltaram ambos ao escritório nas melhores disposições deste mundo.

Se Jenny os pudesse ver então, como exultaria de contentamento!

Mr. Richard encaminhou-se para a escrivaninha de Manuel Quintino. Carlos sentou-se na escrivaninha oposta, e fingiu examinar os livros comerciais.

Mr. Richard dirigiu várias perguntas ao guarda-livros, sobre alguns negócios pendentes, às quais Manuel Quintino deu respostas lacónicas, mas peremptórias.

O inglês consultou depois algumas cartas, entregou outras ao guarda-livros, tomou notas, expediu ordens, examinou a escrituração, abriu o copiador e, de repente, voltando as costas a Manuel Quintino e dirigindo-se a Carlos:

– Já leste a carta do nosso correspondente em Londres? – perguntou com afabilidade.

– Ainda não, senhor.

– Manuel Quintino! Então por que lha não mostrou?! – disse o pai, voltando-se outra vez para o guarda-livros; e depois acrescentou de novo para Carlos: – Há notícias importantes e que fazem prever a probabilidade de ser este um ano de vantajosas transacções, se por acaso…

– É um homem diligente Mr. Leeson – notou Carlos, querendo dizer alguma coisa, mas com tanta infelicidade, que trocou o nome do correspondente de Londres pelo do de Liverpool.

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pág. 104 (Capítulo 9)

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Capa do livro Uma Família Inglesa
Páginas: 432
Página atual: 104

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - Espécie de prólogo, em que se faz uma apresentação ao leitor 1
II - Mais duas apresentações, e acaba o prólogo 11
III - Na Águia de Ouro 21
IV - Um anjo familiar 42
V - Uma manhã de Mr. Richard 53
VI - Ao despertar de Carlos 61
VII - Revista da noite 71
VIII - Na praça 81
IX - No escritório 94
X – Jenny 110
XI – Cecília 119
XII - Outro depoimento 128
XIII - Vida portuense 139
XIV - Iminências de crise 159
XV - Vida inglesa 168
XVI - No teatro 182
XVII - Contas de Carlos com a consciência 197
XVIII - Contas de Jenny com a consciência de Carlos 212
XIX - Agravam-se os sintomas 222
XX - Manuel Quintino procura distracções 236
XXI - O que vale uma resolução 247
XXII - Educação comercial 262
XXIII - Diplomacia do coração 277
XXIV - Em que a senhora Antónia procura encher-se de razão 283
XXV - Tempestade doméstica 290
XXVI - Ineficaz mediação de Jenny 298
XXVII - O motivo mais forte 305
XXVIII - Forma-se a tempestade em outro ponto 312
XXIX - Os amigos de Carlos 326
XXX - Peso que pode ter uma leviandade 344
XXXI - O que se passava em casa de Manuel Quintino 353
XXXII - Os convivas de Mr. Richard 362
XXXIII - Em honra de Jenny 371
XXXIV - Manuel Quintino alucinado 381
XXXVI - A defesa da irmã 397
XXXVII - Como se educa a opinião pública 406
XXXVIII - Justificação de Carlos 412
XXXIX - Coroa-se a obra 422
Conclusão 432