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Capítulo 12: XII - Outro depoimento

Página 134
Umas poucas de senhoras, sós, num lugar como aquele, onde dizem que concorre tanta e tão diversa qualidade de gente!… Enfim, eu não sei bem, e pelos resultados é que melhor se pode julgar destes meus receios, que talvez sejam exagerados… e são decerto.

– Não são, não, Jenny. Olhe; eu, ao princípio, para lhe falar verdade, ia com certa curiosidade. Só me custava que tivesse sido necessário enganar meu pai, mas, como não fazia a menor ideia do que fosse um baile de máscaras, estava com desejos de ver; e, demais a mais, a irmã do major ia connosco…

– E depois?

– Entrámos no teatro, seriam dez horas, íamos todas mascaradas. Por sinal que me ri muito com a máscara que levava a irmã do major. É notável! Foi a primeira que apareceu e tinha alguma semelhança com a cara dela. Assim como as caricaturas, que logo à primeira vista se conhece de quem são.

E Cecília quase se distraía com a incidente reflexão acerca da máscara; Jenny chamou-a, porém, ao assunto.

– Mas vamos ao que lhe sucedeu.

– Ah! É verdade. Andámos primeiro por alguns camarotes em que estavam senhoras do conhecimento das minhas companheiras e a quem elas falaram, sem serem conhecidas. Diverti-me com isto. Que graça achei a uma senhora idosa, a quem se meteu na cabeça que nós éramos umas suas parentes de Braga, terminando em chamar-me a sua Joaninha! Coitada! Ficou tão desconsolada, quando, espreitando-me os cabelos, conheceu que se havia enganado, que deveras fazia pena! – «E não é! vêem, que tristeza a minha?!» – dizia ela tanto do coração, que eu não tive mão em mim que a não abraçasse e beijasse; arrisquei-me assim a ser vista e a dar a conhecer as outras, que depois muito me ralharam por causa disto. Mas se eu não pude!

– Vamos – disse Jenny, sorrindo à sensibilidade da amiga.

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pág. 134 (Capítulo 12)

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Capa do livro Uma Família Inglesa
Páginas: 432
Página atual: 134

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - Espécie de prólogo, em que se faz uma apresentação ao leitor 1
II - Mais duas apresentações, e acaba o prólogo 11
III - Na Águia de Ouro 21
IV - Um anjo familiar 42
V - Uma manhã de Mr. Richard 53
VI - Ao despertar de Carlos 61
VII - Revista da noite 71
VIII - Na praça 81
IX - No escritório 94
X – Jenny 110
XI – Cecília 119
XII - Outro depoimento 128
XIII - Vida portuense 139
XIV - Iminências de crise 159
XV - Vida inglesa 168
XVI - No teatro 182
XVII - Contas de Carlos com a consciência 197
XVIII - Contas de Jenny com a consciência de Carlos 212
XIX - Agravam-se os sintomas 222
XX - Manuel Quintino procura distracções 236
XXI - O que vale uma resolução 247
XXII - Educação comercial 262
XXIII - Diplomacia do coração 277
XXIV - Em que a senhora Antónia procura encher-se de razão 283
XXV - Tempestade doméstica 290
XXVI - Ineficaz mediação de Jenny 298
XXVII - O motivo mais forte 305
XXVIII - Forma-se a tempestade em outro ponto 312
XXIX - Os amigos de Carlos 326
XXX - Peso que pode ter uma leviandade 344
XXXI - O que se passava em casa de Manuel Quintino 353
XXXII - Os convivas de Mr. Richard 362
XXXIII - Em honra de Jenny 371
XXXIV - Manuel Quintino alucinado 381
XXXVI - A defesa da irmã 397
XXXVII - Como se educa a opinião pública 406
XXXVIII - Justificação de Carlos 412
XXXIX - Coroa-se a obra 422
Conclusão 432