Uma Família Inglesa - Cap. 13: XIII - Vida portuense Pág. 145 / 432

para acolá, para aquelas árvores, põe-se a reparar nessas casarias! Não lhe apetecia estar ali, debaixo daqueles carvalhos?

– Não é nenhum impossível; se quiseres…

– Então promete levar-me lá?

– Prometo tudo o que tu quiseres.

– Veja o que diz! Depois, se lhe pedir alguma coisa difícil!

– Eu já estou costumado às tuas exigências.

– Sim? Pois eu tenho uma coisa a pedir-lhe.

– Há-de ser grande.

– E é, promete fazê-la?

– Diz lá.

– Mas promete?

– Mas diz primeiro.

– Não, senhor, prometa antes.

– Bem sabes que te não digo que não.

– Mas então que dúvida tem em prometer?

– Está bom, prometo.

– Dá-me a sua palavra?

– Dou a minha palavra – disse Manuel Quintino, rindo.

– Pois o que eu queria pedir-lhe – disse Cecília, passando os dedos por entre os cabelos brancos do pai – era que comprasse outro guarda-chuva, que, a falar verdade, aquele sempre está!…

– Ora! Cuidei que era outra coisa!

– Não importa; mas prometeu.

– Pois sim; mas escuta…

– Àgora escuto, que tenho mais que fazer.

E retirava-se apressada para não ouvir, dizendo:

– Não quero saber, prometeu!

Daí a pouco era o pai que a chamava.

– Cecília, ó Cecília! Anda depressa ver um vapor no mar.

Cecília correu à varanda.

– Vês?

– Agora estou como o pai há pouco com a nuvem.

– Pois não vês?! Olha; aqui mesmo ao direito daquela chaminé; entre aquela entreaberta de pinheiros.

– Bem vejo. Entra ou sai?

– Quer entrar; mas com o rio assim! Aquilo é vapor inglês. Ora traz-me o óculo.

– Agora é quase noite e não pode distinguir nada. E demais está frio, não será mau fechar a janela e vir cá para baixo. Eu tenho também de trabalhar e preciso de acender a luz mais cedo.

– Pois então vamos.

Principiava então ainda mais agradável passatempo para o honesto guarda-livros.





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