Uma Família Inglesa - Cap. 15: XV - Vida inglesa Pág. 174 / 432

É esta a árvore de família, à sombra da qual já muitas gerações se têm abrigado. – As mãos de minha mãe folhearam esta Bíblia; foi ela mesma que ma legou ao expirar.

Ai, como me estão lembrando aqueles, cujos nomes me vêm de envolta com estas memórias! Tantos que, em torno do lar, costumavam reunir-se após a oração da tarde, a conversar no que dizia este livro, em um tom que me calava no íntimo do seio; há muito que eles estão com os mortos silenciosos; mas sinto-os viver ainda aqui.

Meu pai lia este livro sagrado aos filhos, às filhas, à família toda! Como era sereno o olhar de minha mãe, ao curvar a cabeça para escutar a palavra de Deus! Aquela figura angélica! Ainda a estou a ver! – Que memórias me ocorrem em tropel neste momento! – De novo parece reviver, dentro das paredes deste quarto, aquele pequeno grupo.

Tu, ó Bíblia! és o mais seguro amigo do homem! Eu tenho já experimentado a tua constância! Quando todos me traíam, achei-te fiel; vi em ti um conselheiro, um guia! As minas da terra não possuem tesouro que me compre este livro. Ensinando-me a maneira de viver, ele também me ensina como se deve morrer.»

O assunto da canção inglesa, depois que Jenny a terminou, fez cair naturalmente a conversa sobre diversas passagens da Bíblia; Mr. Richard citou um versículo, outro e outro, até que uma dúvida lhe impediu de prosseguir; daí o pedido feito por ele à filha, para verificar a exacta redacção do texto.

Jenny abriu pois o livro, que em todas as salas se encontrava sempre à mão, e leu.

Carlos gostava de ouvir ler a irmã aquelas singelas e sublimes páginas da Bíblia.

Diz-se muito mal da língua inglesa, e, de facto, ouvindo falar certos filhos da Grã-Bretanha, lembra logo os conhecidos versos:

O mundo a porfiar que os bretões grunhem

E os bretões, etc.





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