Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 15: XV - Vida inglesa

Página 178
Foi, ainda me lembro, a propósito de uns versos, escritos por um amigo no teu álbum. Hoje então…

– Tudo se explica; é pela razão que eu disse. Tentei apertar-me nos tais ambicionados laços, seduzido pelas promessas dos romancistas moralizadores; afinal, vi que me magoavam como laços que eram… Mas que versos foram esses que me despertaram tão salutares ideias? Não me recordo.

– Se queres que tos leia?… – perguntou Jenny, pousando a mão na chave da porta da biblioteca, como preparando-se para abri-la.

– Se quero? Peço-to.

Os dois irmãos entraram na sala quadrada, onde, até a meia altura da parede, corria uma estante de palissandro, abastecida de magníficas brochuras e encadernações inglesas. Havia no meio da sala uma sólida mesa rectangular, em estilo antigo, com embutidos de metal nos fechos, lavores de primorosa talha nas faces, e apoiada em grossos pés, torcidos em espiral – um perfeito modelo dessa bela mobília ultimamente ressuscitada, graças sobretudo às predilecções dos ingleses, que a têm tornado já rara, de muito que a procuram. – Cobriam esta mesa várias publicações recentes, periódicos estrangeiros e do país, e gravuras; e em volta dela, cómodas poltronas e escabelos com assentos estofados parecia convidarem à leitura.

Jenny pousou a luz e, pegando em um álbum que estava entre os outros livros e periódicos, principiou folheando-o, enquanto o irmão se sentava ao lado dela.

– Se me não engana a memória – dizia Jenny – é a tradução de uma lenda popular da Bretanha, que se intitula… – Tendo encontrado justamente a página que procurava, concluiu: – Amel e Pennor.

– Não tenho já a menor ideia do que seja.

– Ora ouve então.

E Jenny principiou a ler, com suavidade e graça inexprimível, a seguinte lenda, verdadeira

<< Página Anterior

pág. 178 (Capítulo 15)

Página Seguinte >>

Capa do livro Uma Família Inglesa
Páginas: 432
Página atual: 178

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - Espécie de prólogo, em que se faz uma apresentação ao leitor 1
II - Mais duas apresentações, e acaba o prólogo 11
III - Na Águia de Ouro 21
IV - Um anjo familiar 42
V - Uma manhã de Mr. Richard 53
VI - Ao despertar de Carlos 61
VII - Revista da noite 71
VIII - Na praça 81
IX - No escritório 94
X – Jenny 110
XI – Cecília 119
XII - Outro depoimento 128
XIII - Vida portuense 139
XIV - Iminências de crise 159
XV - Vida inglesa 168
XVI - No teatro 182
XVII - Contas de Carlos com a consciência 197
XVIII - Contas de Jenny com a consciência de Carlos 212
XIX - Agravam-se os sintomas 222
XX - Manuel Quintino procura distracções 236
XXI - O que vale uma resolução 247
XXII - Educação comercial 262
XXIII - Diplomacia do coração 277
XXIV - Em que a senhora Antónia procura encher-se de razão 283
XXV - Tempestade doméstica 290
XXVI - Ineficaz mediação de Jenny 298
XXVII - O motivo mais forte 305
XXVIII - Forma-se a tempestade em outro ponto 312
XXIX - Os amigos de Carlos 326
XXX - Peso que pode ter uma leviandade 344
XXXI - O que se passava em casa de Manuel Quintino 353
XXXII - Os convivas de Mr. Richard 362
XXXIII - Em honra de Jenny 371
XXXIV - Manuel Quintino alucinado 381
XXXVI - A defesa da irmã 397
XXXVII - Como se educa a opinião pública 406
XXXVIII - Justificação de Carlos 412
XXXIX - Coroa-se a obra 422
Conclusão 432