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Capítulo 19: XIX - Agravam-se os sintomas

Página 226
Não lhe saiu aquilo da ideia. – Que quer isto dizer? – pensava ele. – Então não estou eu transformado em estudante de quinze anos, que nem frieza de ânimo tem para cumprimentar a prima, por quem julga morrer de amores? Acho-lhe graça!

E, enchendo-se de brios, preparou-se, passados momentos, com mais denodo, para voltar.

Mas, apesar de todas as prevenções, a coragem ia-lhe faltando, à medida que se aproximava do lugar do perigo.

Justamente na ocasião em que o atingia, chegava Manuel Quintino à porta de casa.

Era uma destas coincidências felizes de que, em outra ocasião, Carlos saberia tirar partido.

Desta vez quase sentiu que ela se desse.

Foi obrigado a parar, depois de ter, sem a menor aparência de audácia, cumprimentado de novo Cecília, que estava à janela.

– Então por estes sítios! – disse-lhe Manuel Quintino admirado. – O que o trouxe por aqui hoje?

Carlos balbuciou algumas palavras, que não formularam resposta alguma.

Manuel Quintino sorriu maliciosamente.

– Ora ande lá, ande lá com Deus.

Carlos corou. – Corou!

– Acredite que vim… por acaso – insistiu ele.

– Sim, sim; pois eu bem sei – continuava Manuel Quintino no mesmo tom.

Carlos estava sobre brasas.

– Sério…

– Sério, sim, sério… pois é lá homem que fale de outra forma?… Ora vá com Nossa Senhora, vá… eh! eh! eh!…

Carlos não teve arte de demorar a conversa, durante a qual não aventurou um só olhar para Cecília e nem ânimo lhe assistiu para aceitar o oferecimento que lhe fez Manuel Quintino de subir e descansar algum tempo.

Partiu, cada vez mais desgostoso consigo, parecendo ter sido o seu principal empenho ocultar, e não revelar, a Cecília o que principiava a sentir por ela.

E agora uma pergunta: não compreenderia Cecília? Parece racional

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pág. 226 (Capítulo 19)

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Capa do livro Uma Família Inglesa
Páginas: 432
Página atual: 226

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - Espécie de prólogo, em que se faz uma apresentação ao leitor 1
II - Mais duas apresentações, e acaba o prólogo 11
III - Na Águia de Ouro 21
IV - Um anjo familiar 42
V - Uma manhã de Mr. Richard 53
VI - Ao despertar de Carlos 61
VII - Revista da noite 71
VIII - Na praça 81
IX - No escritório 94
X – Jenny 110
XI – Cecília 119
XII - Outro depoimento 128
XIII - Vida portuense 139
XIV - Iminências de crise 159
XV - Vida inglesa 168
XVI - No teatro 182
XVII - Contas de Carlos com a consciência 197
XVIII - Contas de Jenny com a consciência de Carlos 212
XIX - Agravam-se os sintomas 222
XX - Manuel Quintino procura distracções 236
XXI - O que vale uma resolução 247
XXII - Educação comercial 262
XXIII - Diplomacia do coração 277
XXIV - Em que a senhora Antónia procura encher-se de razão 283
XXV - Tempestade doméstica 290
XXVI - Ineficaz mediação de Jenny 298
XXVII - O motivo mais forte 305
XXVIII - Forma-se a tempestade em outro ponto 312
XXIX - Os amigos de Carlos 326
XXX - Peso que pode ter uma leviandade 344
XXXI - O que se passava em casa de Manuel Quintino 353
XXXII - Os convivas de Mr. Richard 362
XXXIII - Em honra de Jenny 371
XXXIV - Manuel Quintino alucinado 381
XXXVI - A defesa da irmã 397
XXXVII - Como se educa a opinião pública 406
XXXVIII - Justificação de Carlos 412
XXXIX - Coroa-se a obra 422
Conclusão 432