Uma Família Inglesa - Cap. 19: XIX - Agravam-se os sintomas Pág. 226 / 432

Não lhe saiu aquilo da ideia. – Que quer isto dizer? – pensava ele. – Então não estou eu transformado em estudante de quinze anos, que nem frieza de ânimo tem para cumprimentar a prima, por quem julga morrer de amores? Acho-lhe graça!

E, enchendo-se de brios, preparou-se, passados momentos, com mais denodo, para voltar.

Mas, apesar de todas as prevenções, a coragem ia-lhe faltando, à medida que se aproximava do lugar do perigo.

Justamente na ocasião em que o atingia, chegava Manuel Quintino à porta de casa.

Era uma destas coincidências felizes de que, em outra ocasião, Carlos saberia tirar partido.

Desta vez quase sentiu que ela se desse.

Foi obrigado a parar, depois de ter, sem a menor aparência de audácia, cumprimentado de novo Cecília, que estava à janela.

– Então por estes sítios! – disse-lhe Manuel Quintino admirado. – O que o trouxe por aqui hoje?

Carlos balbuciou algumas palavras, que não formularam resposta alguma.

Manuel Quintino sorriu maliciosamente.

– Ora ande lá, ande lá com Deus.

Carlos corou. – Corou!

– Acredite que vim… por acaso – insistiu ele.

– Sim, sim; pois eu bem sei – continuava Manuel Quintino no mesmo tom.

Carlos estava sobre brasas.

– Sério…

– Sério, sim, sério… pois é lá homem que fale de outra forma?… Ora vá com Nossa Senhora, vá… eh! eh! eh!…

Carlos não teve arte de demorar a conversa, durante a qual não aventurou um só olhar para Cecília e nem ânimo lhe assistiu para aceitar o oferecimento que lhe fez Manuel Quintino de subir e descansar algum tempo.

Partiu, cada vez mais desgostoso consigo, parecendo ter sido o seu principal empenho ocultar, e não revelar, a Cecília o que principiava a sentir por ela.

E agora uma pergunta: não compreenderia Cecília? Parece racional





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