condições; desde o jovem padre, que põe a tratos a ciência e a paciência dos cabeleireiros para disfarçar, quanto for possível, os vestígios da tonsura, até o oficial do exército, todo possuído das branduras civilizadoras do século e para quem a mesma caça é ocupação bárbara e aflitiva da sensibilidade; há-os das mais diversas idades, desde o colegial de ontem, ainda imberbe e embriagado com as primeiras comoções da vida de adolescente, até o velho que, ingenuamente persuadido de que o tempo se esqueceu de lhe ir contando os anos, deixa passar a geração, contemporânea sua, e insiste em viver, entre rapazes, vida de rapaz; há-os em diversas circunstâncias monetárias, desde o capitalista, que vê correr descuidado a fonte dos seus rendimentos, com tranquilizadora confiança no inesgotável manancial que a alimenta, até à classe dos encostados, verdadeiros mártires da moda, cuja vacuidade de bolsa lhes constrange a imaginação a fabricar sistemas quotidianos para os manter, embora à custa de humilhações, naquela atmosfera, fora da qual já não sabem respirar; há-os de todos os graus de inteligência, desde o escritor aplaudido e que, sem favor ou com ele, conquistou reputação nas letras, até o analfabeto, cujas sandices são saudadas com gargalhadas que ninguém procura reprimir na presença dele próprio.
Finalmente, esta reunião de elementos, debaixo de todos os pontos de vista tão heterogéneos, é uma porção de sociedade que pretensiosamente se decora com o título de elegante e para pertencer à qual é difícil fazer resenha dos requisitos necessários; pois que nem a própria elegância – na verdadeira acepção do termo – é dote genérico dos seus membros.
O motivo do jantar… O jantar não tinha motivo e era esta outra circunstância que o caracterizava.