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Capítulo 21: XXI - O que vale uma resolução

Página 254
José Fortunato, o qual, pela primeira vez, se lembrou de que podiam ser de algum préstimo os seus serviços.

– Ó Menina! mas não vê que é noite fechada? – disse Antónia, como, havia pouco tempo, dissera já.

O Sr. Fortunato estava ainda elaborando mentalmente a descoberta que fizera. Cecília não esperou pelo resultado de tal elaboração.

Carlos Whitestone estava por debaixo das janelas dela, e cortejava-a.

Cecília não hesitou.

– Sr. Carlos – disse com voz trémula de sobressalto.

Carlos, surpreendido por se ouvir chamar assim, aproximou logo o cavalo da janela.

– Minha senhora?

– Perdoe-me, por quem é, isto que faço – continuou Cecília –; mas desde o princípio da tarde que meu pai saiu e ainda não voltou a casa, nem dele tenho notícias! Imagine o meu susto! Sabe por acaso, se…

– E para onde foi ele, quando saiu?

– Disse-me que ia passear… mas…

– E não voltou! – atalhou Carlos, estranhando também aquela excepcional demora.

– Que lhe terá sucedido, meu Deus?! – exclamou Cecília, recebendo a comunicação da surpresa de Carlos e transformando-a logo no mais apreensivo terror.

As resoluções em Carlos eram tão prontas, como morosas em José Fortunato.

– Sossegue, minha senhora. Eu vou já saber disso e conte que, dentro em pouco, lhe trarei aqui seu pai.

– Oh! Muito agradecida, Sr. Carlos, muito agradecida! – disse Cecília, com a voz repassada de gratidão.

Carlos cortejou-a de novo e partiu a galope.

Ao vê-lo partir, a consolação de uma esperança entrou pela primeira vez no coração de Cecília.

Carlos era para ela um destes homens que, se um dia tentam o impossível, conseguem-no.

Ao voltar-se, achou Cecília, a dois passos de si, Antónia e o Sr. José Fortunato, que olhavam com fisionomias estupidamente pasmadas.

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pág. 254 (Capítulo 21)

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Capa do livro Uma Família Inglesa
Páginas: 432
Página atual: 254

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - Espécie de prólogo, em que se faz uma apresentação ao leitor 1
II - Mais duas apresentações, e acaba o prólogo 11
III - Na Águia de Ouro 21
IV - Um anjo familiar 42
V - Uma manhã de Mr. Richard 53
VI - Ao despertar de Carlos 61
VII - Revista da noite 71
VIII - Na praça 81
IX - No escritório 94
X – Jenny 110
XI – Cecília 119
XII - Outro depoimento 128
XIII - Vida portuense 139
XIV - Iminências de crise 159
XV - Vida inglesa 168
XVI - No teatro 182
XVII - Contas de Carlos com a consciência 197
XVIII - Contas de Jenny com a consciência de Carlos 212
XIX - Agravam-se os sintomas 222
XX - Manuel Quintino procura distracções 236
XXI - O que vale uma resolução 247
XXII - Educação comercial 262
XXIII - Diplomacia do coração 277
XXIV - Em que a senhora Antónia procura encher-se de razão 283
XXV - Tempestade doméstica 290
XXVI - Ineficaz mediação de Jenny 298
XXVII - O motivo mais forte 305
XXVIII - Forma-se a tempestade em outro ponto 312
XXIX - Os amigos de Carlos 326
XXX - Peso que pode ter uma leviandade 344
XXXI - O que se passava em casa de Manuel Quintino 353
XXXII - Os convivas de Mr. Richard 362
XXXIII - Em honra de Jenny 371
XXXIV - Manuel Quintino alucinado 381
XXXVI - A defesa da irmã 397
XXXVII - Como se educa a opinião pública 406
XXXVIII - Justificação de Carlos 412
XXXIX - Coroa-se a obra 422
Conclusão 432