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Capítulo 33: XXXIII - Em honra de Jenny

Página 375
Enquanto julguei que ela estava no esquecimento a tempo, trabalhei por apressá-lo; desde que me convenci de que este esquecimento era impossível, desde que me convenci de que não era nele que estava a felicidade… então… voltei os esforços em direcção diversa.

Tocou a campainha, anunciando o jantar.

Os dois ingleses, tão insensíveis ao escândalo musical perpetrado por Mr. Richard, estremeceram agora à voz do instrumento tocado pela desembaraçada mão do escudeiro na sala de jantar.

– Para a mesa! – exclamou Mr. Richard, deixando em paz o piano. – Não temos a esperar por ninguém.

Em consequência da recente morte de Kate, os convites não se tinham estendido além dos dois íntimos da casa – Morlays e Brains.

Os dois ingleses e Carlos encaminharam-se para as duas senhoras.

Cecília, vendo-os, disse, segurando a mão de Jenny:

– Jenny, Jenny; se é minha amiga, deixe-me ficar aqui!

– Que diz, Cecília?

– Não posso, sinto que não posso forçar-me a ponto de…

Calou-se, estremecendo.

Carlos estava junto dela, oferecendo-lhe o braço para a conduzir à sala do jantar.

Jenny tinha fitado atentamente a sua amiga, e parecia convencer-se de que lhe seria efectivamente custoso o constrangimento de algumas horas a que se ia sujeitar.

– Não, Charles – disse, em vista disso e sem desviar os olhos dela. – Cecília não pode fazer-nos companhia. Está incomodada e precisa de alguns minutos de repouso.

Mr. Richard aproximou-se, perguntando o que era.

– Nada – respondeu Jenny –; mas seria crueldade constrangê-la. É um incómodo passageiro, mas, em todo o caso, é um incómodo.

– Será bom retirar-se ao quarto de Jenny.

Cecília escusou-se, dizendo que ficaria bem ali.

Jenny prometeu vir em breve fazer-lhe companhia.

Mr. Whitestone indicou uma poltrona própria para descanso, e foram jantar.

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pág. 375 (Capítulo 33)

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Capa do livro Uma Família Inglesa
Páginas: 432
Página atual: 375

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - Espécie de prólogo, em que se faz uma apresentação ao leitor 1
II - Mais duas apresentações, e acaba o prólogo 11
III - Na Águia de Ouro 21
IV - Um anjo familiar 42
V - Uma manhã de Mr. Richard 53
VI - Ao despertar de Carlos 61
VII - Revista da noite 71
VIII - Na praça 81
IX - No escritório 94
X – Jenny 110
XI – Cecília 119
XII - Outro depoimento 128
XIII - Vida portuense 139
XIV - Iminências de crise 159
XV - Vida inglesa 168
XVI - No teatro 182
XVII - Contas de Carlos com a consciência 197
XVIII - Contas de Jenny com a consciência de Carlos 212
XIX - Agravam-se os sintomas 222
XX - Manuel Quintino procura distracções 236
XXI - O que vale uma resolução 247
XXII - Educação comercial 262
XXIII - Diplomacia do coração 277
XXIV - Em que a senhora Antónia procura encher-se de razão 283
XXV - Tempestade doméstica 290
XXVI - Ineficaz mediação de Jenny 298
XXVII - O motivo mais forte 305
XXVIII - Forma-se a tempestade em outro ponto 312
XXIX - Os amigos de Carlos 326
XXX - Peso que pode ter uma leviandade 344
XXXI - O que se passava em casa de Manuel Quintino 353
XXXII - Os convivas de Mr. Richard 362
XXXIII - Em honra de Jenny 371
XXXIV - Manuel Quintino alucinado 381
XXXVI - A defesa da irmã 397
XXXVII - Como se educa a opinião pública 406
XXXVIII - Justificação de Carlos 412
XXXIX - Coroa-se a obra 422
Conclusão 432