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Capítulo 35: XXXVI - A defesa da irmã

Página 401

– Doida! Então não me fazes a justiça de acreditar que a força da minha razão seria bastante para vencer esses preconceitos de educação… quando os tivesse? – disse Mr. Richard, porém de modo que estava justificando Jenny.

– Assim o espero; por isso é que…

– Não – interrompeu Mr. Richard –; não é isso o que me faz hesitar. O motivo é diverso. É porque não creio na duração dos sentimentos de Carlos; é porque lhe conheço o carácter leviano, e hesito por essa razão em fazê-lo chefe de uma família, que ele não saberia guiar e que tornaria desgraçada.

– Não é justo para com seu filho, senhor. Ele herdou os dotes do seu coração. É leal e generoso. E será salvá-lo, fazê-lo entrar pelo coração no caminho do dever.

– Dizes-te amiga de Cecília, Jenny, e não hesitas em arriscar-lhe assim imprudentemente a felicidade?

Jenny demorou algum tempo sobre o pai um olhar quase malicioso.

– Eu, pelo menos – disse ela por fim – tenho uma garantia: é o coração de Charles, que está do meu partido; mas ainda há bem pouco tempo que o pai concebia outra aliança para meu irmão, à qual até este pequeno auspício faltava. Que fez da confiança que então depunha em seu filho, ao querer fazê-lo chefe de uma família? Por que não hesitava então, e hesita agora? Ser-lhe-ia indiferente a felicidade de Alice Smithfield, da filha do seu amigo? Decerto que não; mas é que sabia que Charles, prometendo fazê-la feliz, havia de ser fiel a essa promessa. E agora…

Mr. Richard não atinou com a resposta que desse a este argumento da filha.

Ergueu-se e voltou a passear.

Daí a instantes parou e, dirigindo-se a Jenny, disse:

– E demais, se, depois do que sucedeu diante de testemunhas, eu fosse seguir o teu conselho, não sofreria a reputação dessa pequena com

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pág. 401 (Capítulo 35)

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Capa do livro Uma Família Inglesa
Páginas: 432
Página atual: 401

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - Espécie de prólogo, em que se faz uma apresentação ao leitor 1
II - Mais duas apresentações, e acaba o prólogo 11
III - Na Águia de Ouro 21
IV - Um anjo familiar 42
V - Uma manhã de Mr. Richard 53
VI - Ao despertar de Carlos 61
VII - Revista da noite 71
VIII - Na praça 81
IX - No escritório 94
X – Jenny 110
XI – Cecília 119
XII - Outro depoimento 128
XIII - Vida portuense 139
XIV - Iminências de crise 159
XV - Vida inglesa 168
XVI - No teatro 182
XVII - Contas de Carlos com a consciência 197
XVIII - Contas de Jenny com a consciência de Carlos 212
XIX - Agravam-se os sintomas 222
XX - Manuel Quintino procura distracções 236
XXI - O que vale uma resolução 247
XXII - Educação comercial 262
XXIII - Diplomacia do coração 277
XXIV - Em que a senhora Antónia procura encher-se de razão 283
XXV - Tempestade doméstica 290
XXVI - Ineficaz mediação de Jenny 298
XXVII - O motivo mais forte 305
XXVIII - Forma-se a tempestade em outro ponto 312
XXIX - Os amigos de Carlos 326
XXX - Peso que pode ter uma leviandade 344
XXXI - O que se passava em casa de Manuel Quintino 353
XXXII - Os convivas de Mr. Richard 362
XXXIII - Em honra de Jenny 371
XXXIV - Manuel Quintino alucinado 381
XXXVI - A defesa da irmã 397
XXXVII - Como se educa a opinião pública 406
XXXVIII - Justificação de Carlos 412
XXXIX - Coroa-se a obra 422
Conclusão 432