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Capítulo 36: XXXVII - Como se educa a opinião pública

Página 408
Brains; a de Morlays também a mesma causa foi, além da misantrópica incomunicabilidade, suficiente para a refrear.

Nesta mesma manhã, Cecília, achando-se só em casa, julgou ouvir uma carruagem parar-lhe à porta.

Indo à janela, ficou agradavelmente surpreendida vendo Jenny, que descia de um elegante carro descoberto, entrar para o portal.

Cecília correu a recebê-la nos braços.

– Este sol não me deixou desde pela manhã ficar quieta, Cecília – disse Jenny. – Apeteceu-me tomar ar e vim, para me fazeres companhia.

– Eu?

– Sim, tu; e desde já te declaro que não me sinto de ânimo para aceitar desculpas. Veste-te e vamos.

– Mas, Jenny… repare…

– Reparo que são dez horas e que não tenho paciência para esperar mais. Queres que te leve à força?

– Mas estou só…

– Enquanto te vestes alguém virá decerto, e, se não vier… Enfim, estou resolvida a cortar por todas as objecções, ainda que seja de uma maneira absurda. Vê lá se podes lutar comigo.

Cecília sorriu a este capricho de Jenny; era tão pouco sujeita a eles, que a filha de Manuel Quintino suspeitou que alguma ideia oculta andava nisto.

Retirou-se, porém, para obedecer-lhe.

Jenny ficou só na sala.

Não esteve muito tempo sem que ouvisse passos na escada.

Era Antónia que voltava de fora.

Antónia não suspeitava a presença de Jenny em casa. O jóquei, para evitar o resfriamento da horsa, conduzira o carro até o fim da rua, de maneira que Antónia, ao chegar, nada viu à porta que lhe denunciasse a visita.

Achando a sala aberta, supôs que era Cecília que estava ali e ainda do corredor principiou a clamar:

– Bem se diz: não há nada que o tempo não descubra. Agora mesmo acabo de saber aonde mora a tal sujeita com quem o senhor Carlos saiu de carruagem aquela manhã. Não que nem de propósito! Ia eu…

Aqui interrompeu-se de súbito, porque reconheceu que estava falando a Jenny, em vez de Cecília.

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Capa do livro Uma Família Inglesa
Páginas: 432
Página atual: 408

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - Espécie de prólogo, em que se faz uma apresentação ao leitor 1
II - Mais duas apresentações, e acaba o prólogo 11
III - Na Águia de Ouro 21
IV - Um anjo familiar 42
V - Uma manhã de Mr. Richard 53
VI - Ao despertar de Carlos 61
VII - Revista da noite 71
VIII - Na praça 81
IX - No escritório 94
X – Jenny 110
XI – Cecília 119
XII - Outro depoimento 128
XIII - Vida portuense 139
XIV - Iminências de crise 159
XV - Vida inglesa 168
XVI - No teatro 182
XVII - Contas de Carlos com a consciência 197
XVIII - Contas de Jenny com a consciência de Carlos 212
XIX - Agravam-se os sintomas 222
XX - Manuel Quintino procura distracções 236
XXI - O que vale uma resolução 247
XXII - Educação comercial 262
XXIII - Diplomacia do coração 277
XXIV - Em que a senhora Antónia procura encher-se de razão 283
XXV - Tempestade doméstica 290
XXVI - Ineficaz mediação de Jenny 298
XXVII - O motivo mais forte 305
XXVIII - Forma-se a tempestade em outro ponto 312
XXIX - Os amigos de Carlos 326
XXX - Peso que pode ter uma leviandade 344
XXXI - O que se passava em casa de Manuel Quintino 353
XXXII - Os convivas de Mr. Richard 362
XXXIII - Em honra de Jenny 371
XXXIV - Manuel Quintino alucinado 381
XXXVI - A defesa da irmã 397
XXXVII - Como se educa a opinião pública 406
XXXVIII - Justificação de Carlos 412
XXXIX - Coroa-se a obra 422
Conclusão 432