Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 37: XXXVIII - Justificação de Carlos

Página 413

– É provável que sim. Quase todos são injustos para Carlos, antes de o conhecerem. Depois, vendo como ele é bom, generoso e delicado, acabam por adorá-lo.

A Sr.a Antónia ficou abalada nos seus juízos a respeito dos dotes críticos da cunhada da sobrinha do homem da sua comadre.

– Ora diga – continuou Jenny –: não são prevenções somente as que tem contra meu irmão?

– Sim… eu… quero dizer… a falar a verdade…

– Pois bem; só lhe peço que, durante alguns dias, não pense bem nem mal de Carlos, até… até ter notícias minhas.

– Ó minha senhora, pois eu pensava lá…

– Vá, vá, Sr.a Antónia, para que Cecília não desconfie. Não lhe diga coisa alguma, nem fale na tal senhora…

– Esteja descansada.

Logo que Antónia saiu, Jenny deu ordem para prepararem o carro.

E quando lhe anunciaram que esta ordem estava cumprida, desceu ao portal e, entrando para o carro, disse ao criado, que a ajudou a subir:

– Ao alto de Santa Catarina.

Em pouco tempo, achou-se transportada lá. Jenny, pelos sinais que recebera de Antónia, e que conservava de memória, pôde reconhecer a casa da tal senhora e mandou parar defronte dela.

Só então hesitou pela primeira vez nesta série de actos, a que obedecera como subjugada por quase instintiva violência.

– Em casa de quem vou eu entrar? – pensou ela. – Que mulher será esta? Carlos afiançou-me… porém…

À porta da casa contígua estava um criado, olhando com curiosidade para o carro em que viera Jenny.

Jenny mandou perguntar a este criado informações a respeito da senhora que vinha procurar.

Obteve a resposta de que morava na tal casa uma senhora viúva, na companhia do filho.

Jenny não hesitou mais; saltou para o passeio e tocou a campainha.

Passados minutos, era recebida em uma modesta, mas asseada sala, por uma senhora, ainda bela, apesar de haver já passado o verdor da juventude.

<< Página Anterior

pág. 413 (Capítulo 37)

Página Seguinte >>

Capa do livro Uma Família Inglesa
Páginas: 432
Página atual: 413

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - Espécie de prólogo, em que se faz uma apresentação ao leitor 1
II - Mais duas apresentações, e acaba o prólogo 11
III - Na Águia de Ouro 21
IV - Um anjo familiar 42
V - Uma manhã de Mr. Richard 53
VI - Ao despertar de Carlos 61
VII - Revista da noite 71
VIII - Na praça 81
IX - No escritório 94
X – Jenny 110
XI – Cecília 119
XII - Outro depoimento 128
XIII - Vida portuense 139
XIV - Iminências de crise 159
XV - Vida inglesa 168
XVI - No teatro 182
XVII - Contas de Carlos com a consciência 197
XVIII - Contas de Jenny com a consciência de Carlos 212
XIX - Agravam-se os sintomas 222
XX - Manuel Quintino procura distracções 236
XXI - O que vale uma resolução 247
XXII - Educação comercial 262
XXIII - Diplomacia do coração 277
XXIV - Em que a senhora Antónia procura encher-se de razão 283
XXV - Tempestade doméstica 290
XXVI - Ineficaz mediação de Jenny 298
XXVII - O motivo mais forte 305
XXVIII - Forma-se a tempestade em outro ponto 312
XXIX - Os amigos de Carlos 326
XXX - Peso que pode ter uma leviandade 344
XXXI - O que se passava em casa de Manuel Quintino 353
XXXII - Os convivas de Mr. Richard 362
XXXIII - Em honra de Jenny 371
XXXIV - Manuel Quintino alucinado 381
XXXVI - A defesa da irmã 397
XXXVII - Como se educa a opinião pública 406
XXXVIII - Justificação de Carlos 412
XXXIX - Coroa-se a obra 422
Conclusão 432