Richard, rindo. – É o único fiador que tens por ti?
Jenny pousou a mão no ombro do pai, dizendo com suavidade:
– E eu.
Mr. Richard voltou-se.
– Tu? Tu afianças Carlos?
– Afianço.
– É arrojo!
– Não é a primeira vez. E o pai sabe qual de nós tem tido razão de se arrepender. Se eu, da minha confiança; se o pai, das suas suspeitas.
– À falta de melhor, aceito a garantia.
E voltando-se para o filho:
– Parta então, Carlos; e lembre-se de que, depois do passo que vai dar, é… deve ser outro homem.
E Mr. Richard Whitestone estendeu a mão para o filho, que a beijou, antes de partir.
– Não sei se fizeste bem, Jenny – dizia o pai, vendo-o sair do quarto.
– Consultei a memória de minha mãe, tendo os olhos no retrato dela. Tenho fé nas resoluções que me vêm assim.
Mr. Richard olhou algum tempo para a filha com amor, e depois, apertando-a ao peito, disse:
– Deus te ouça!… E há-de ouvir, que bem lho mereces.
– E nós, senhor, ficamos aqui? – perguntou Jenny.
– Pois que mais queres tu ainda?
– É natural que seja Charles o primeiro a tratar este negócio em casa de Manuel Quintino; mas será delicado que seja o único?
Mr. Richard tocou a campainha.
– Que aprontem o carro para já – disse ao criado que acudiu ao sinal.
– E agora que mais queres?
– Agradecer-lhe.
E depois de abraçar o pai, saiu a correr da sala.
Esta cena teve em casa de Manuel Quintino os seguintes resultados: Estava o pai de Cecília preparando-se para sair, quando viu entrar Antónia no quarto com inquietação e sobressalto.
– Que é, Antónia? Que temos nós? – disse Manuel Quintino, surpreendido com o aspecto da criada.
– Está ali alguém a procurá-lo, Sr. Manuel Quintino.
– Ainda algum importuno a dar-me parabéns. Enquanto eu fui guarda-livros, ninguém me procurava… agora…
E preparou-se para ir ver quem era.