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Capítulo 1: I - Espécie de prólogo, em que se faz uma apresentação ao leitor

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e verá que nem só nos tempos em que a civilização e a indústria não tinham ainda arroteado as densas florestas britânicas, seria cabido o jovial estribilho da canção que o supracitado romancista pôs na boca do legendário Robin Hood, seu herói; – «Oh, merry England, merry England, ho» pode ainda cantar, através dos nevoeiros e do fumo das fábricas, o inglês moderno, fiel depositário daquele folgado carácter nacional.

Eu tenho há muito como ponto de fé, que ainda que o spleen seja doença indígena da Grã-Bretanha, não domina tão fatalmente sob o céu londrino, como muitos parece imaginarem.

Dryden afirma que as comédias inglesas possuem sobre as de todo o mundo incontestável superioridade.

E querem saber a que atribuem alguns esta superioridade da comédia inglesa? Ao clima, a esse mesmo clima, que, em contrário, tantos acusam de fomentador de hipocondrias e suicídios.

O clima inconstante da Inglaterra, explicam aqueles, é próprio para favorecer o desenvolvimento desses caracteres excepcionais e extravagantes, precioso e inesgotável pábulo do espírito cómico da Grã-Bretanha. A jovialidade dá-se muito bem naquele poderoso império.

Tom Jones e o próprio Falstaff são tipos mais ingleses talvez do que uns sombrios caracteres, que Byron pôs à moda.

Ora Mr. Richard, o corajoso leitor do Times, o inimigo declarado da França, apesar de certa severidade de convenção, era metal inglês, livre de toda a liga.

Nos maiores empertigamentos, a que o respeito pela pragmática inglesa o constrangia, lá lhe estava o gesto a denunciar que era artificial tudo aquilo.

Enquanto ao físico…, enquanto ao físico era Mr. Whitestone caracterizadamente inglês.

Não suprirão estas palavras mais circunstanciada descrição?

Não há entre nós quem, ao ver

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pág. 6 (Capítulo 1)

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Capa do livro Uma Família Inglesa
Páginas: 432
Página atual: 6

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - Espécie de prólogo, em que se faz uma apresentação ao leitor 1
II - Mais duas apresentações, e acaba o prólogo 11
III - Na Águia de Ouro 21
IV - Um anjo familiar 42
V - Uma manhã de Mr. Richard 53
VI - Ao despertar de Carlos 61
VII - Revista da noite 71
VIII - Na praça 81
IX - No escritório 94
X – Jenny 110
XI – Cecília 119
XII - Outro depoimento 128
XIII - Vida portuense 139
XIV - Iminências de crise 159
XV - Vida inglesa 168
XVI - No teatro 182
XVII - Contas de Carlos com a consciência 197
XVIII - Contas de Jenny com a consciência de Carlos 212
XIX - Agravam-se os sintomas 222
XX - Manuel Quintino procura distracções 236
XXI - O que vale uma resolução 247
XXII - Educação comercial 262
XXIII - Diplomacia do coração 277
XXIV - Em que a senhora Antónia procura encher-se de razão 283
XXV - Tempestade doméstica 290
XXVI - Ineficaz mediação de Jenny 298
XXVII - O motivo mais forte 305
XXVIII - Forma-se a tempestade em outro ponto 312
XXIX - Os amigos de Carlos 326
XXX - Peso que pode ter uma leviandade 344
XXXI - O que se passava em casa de Manuel Quintino 353
XXXII - Os convivas de Mr. Richard 362
XXXIII - Em honra de Jenny 371
XXXIV - Manuel Quintino alucinado 381
XXXVI - A defesa da irmã 397
XXXVII - Como se educa a opinião pública 406
XXXVIII - Justificação de Carlos 412
XXXIX - Coroa-se a obra 422
Conclusão 432