Uma Família Inglesa - Cap. 7: VII - Revista da noite Pág. 76 / 432

Pouco generosas eram elas. E demais, esses pedidos seriam sinceros? A regra é recusá-los sempre; e está certa de que quase nunca a recusa ofende.

– Basta que uma vez…

– Mas repara, Jenny... Valha-me Deus!… Ora vem cá. Tu estás-me aí a fantasiar uns bailes de máscaras à tua moda. Supões que todos esses dominós eram… eu sei lá… outras tantas princesas disfarçadas ou outras Jennys como tu.

– Pois bem, uma vez que o disseste, vamos que era eu?…

Carlos previu o mau terreno em que se colocava, admitindo a hipótese, e por isso interrompeu a irmã, dizendo:

– Mas não suponho, nem posso supor, porque… porque ainda ninguém viu uma Jenny naqueles lugares; e demais ouve, que eu não sou ainda assim merecedor de tantas severidades. Teimei, como disse, em segui-las; para desistir, exigia conhecê-las; elas porém recusaram tirar a máscara, e sobretudo a tal que eu mais desejava saber quem era. Às três horas e meia estávamos aqui defronte de casa, onde me tinham trazido manifestamente para me tentarem a entrar. Resisti à tentação e transpus, sem hesitar, a porta, continuando a segui-las. As companheiras da minha incógnita levavam já o caso a rir e acredito que não poriam grande dúvida em darem-se a conhecer; ela porém mostrava-se… ou fingia-se deveras aflita; dirigiu-se a mim de mãos juntas, pediu-me que me retirasse.

– E tu?…

– Eu… eu recusei.

– Ó Charles!

– Ouve. Ela insistiu. Disse-me que lhe poderia fazer muito mal se teimasse, e eu insisti…

– Como és às vezes tão mau!

– Mas se eu não acreditava na sinceridade daqueles medos, e agora mesmo… Mas afinal, a rapariga disse-me com uma voz chorosa e na qual me pareceu descobrir tanta sinceridade:

– «Peço-lhe este favor por…» Adivinhas por quem ela me foi pedir?

– Não.

– «Peço-lhe





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