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Capítulo 7: VII - Revista da noite

Página 76
Pouco generosas eram elas. E demais, esses pedidos seriam sinceros? A regra é recusá-los sempre; e está certa de que quase nunca a recusa ofende.

– Basta que uma vez…

– Mas repara, Jenny... Valha-me Deus!… Ora vem cá. Tu estás-me aí a fantasiar uns bailes de máscaras à tua moda. Supões que todos esses dominós eram… eu sei lá… outras tantas princesas disfarçadas ou outras Jennys como tu.

– Pois bem, uma vez que o disseste, vamos que era eu?…

Carlos previu o mau terreno em que se colocava, admitindo a hipótese, e por isso interrompeu a irmã, dizendo:

– Mas não suponho, nem posso supor, porque… porque ainda ninguém viu uma Jenny naqueles lugares; e demais ouve, que eu não sou ainda assim merecedor de tantas severidades. Teimei, como disse, em segui-las; para desistir, exigia conhecê-las; elas porém recusaram tirar a máscara, e sobretudo a tal que eu mais desejava saber quem era. Às três horas e meia estávamos aqui defronte de casa, onde me tinham trazido manifestamente para me tentarem a entrar. Resisti à tentação e transpus, sem hesitar, a porta, continuando a segui-las. As companheiras da minha incógnita levavam já o caso a rir e acredito que não poriam grande dúvida em darem-se a conhecer; ela porém mostrava-se… ou fingia-se deveras aflita; dirigiu-se a mim de mãos juntas, pediu-me que me retirasse.

– E tu?…

– Eu… eu recusei.

– Ó Charles!

– Ouve. Ela insistiu. Disse-me que lhe poderia fazer muito mal se teimasse, e eu insisti…

– Como és às vezes tão mau!

– Mas se eu não acreditava na sinceridade daqueles medos, e agora mesmo… Mas afinal, a rapariga disse-me com uma voz chorosa e na qual me pareceu descobrir tanta sinceridade:

– «Peço-lhe este favor por…» Adivinhas por quem ela me foi pedir?

– Não.

– «Peço-lhe

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pág. 76 (Capítulo 7)

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Capa do livro Uma Família Inglesa
Páginas: 432
Página atual: 76

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - Espécie de prólogo, em que se faz uma apresentação ao leitor 1
II - Mais duas apresentações, e acaba o prólogo 11
III - Na Águia de Ouro 21
IV - Um anjo familiar 42
V - Uma manhã de Mr. Richard 53
VI - Ao despertar de Carlos 61
VII - Revista da noite 71
VIII - Na praça 81
IX - No escritório 94
X – Jenny 110
XI – Cecília 119
XII - Outro depoimento 128
XIII - Vida portuense 139
XIV - Iminências de crise 159
XV - Vida inglesa 168
XVI - No teatro 182
XVII - Contas de Carlos com a consciência 197
XVIII - Contas de Jenny com a consciência de Carlos 212
XIX - Agravam-se os sintomas 222
XX - Manuel Quintino procura distracções 236
XXI - O que vale uma resolução 247
XXII - Educação comercial 262
XXIII - Diplomacia do coração 277
XXIV - Em que a senhora Antónia procura encher-se de razão 283
XXV - Tempestade doméstica 290
XXVI - Ineficaz mediação de Jenny 298
XXVII - O motivo mais forte 305
XXVIII - Forma-se a tempestade em outro ponto 312
XXIX - Os amigos de Carlos 326
XXX - Peso que pode ter uma leviandade 344
XXXI - O que se passava em casa de Manuel Quintino 353
XXXII - Os convivas de Mr. Richard 362
XXXIII - Em honra de Jenny 371
XXXIV - Manuel Quintino alucinado 381
XXXVI - A defesa da irmã 397
XXXVII - Como se educa a opinião pública 406
XXXVIII - Justificação de Carlos 412
XXXIX - Coroa-se a obra 422
Conclusão 432