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Capítulo 3: Capítulo 3

Página 12

Tom chegou diante da tia Polly, que estava sentada perto de uma janela das traseiras da casa; essa janela era a de uma divisão que servia de quarto de dormir, de casa de jantar e de biblioteca. O calor do Verão, o sossego, o perfume das flores e o zumbido sonolento das abelhas tinham tido o seu efeito: cabeceava sobre o seu trabalho de malha, sem outra companhia além do gato, adormecido no regaço. Puxara os óculos para a cabeça, julgando-os assim mais seguros. Pensara que Tom se devia ter afastado havia muito e ficou deveras surpreendida ao vê-lo aparecer e apresentar-se deste modo:

- Agora posso ir brincar, tia?

- O quê, já? Até onde caiaste?

- Está tudo pronto, tia.

- Não mintas, Tom. Bem sabes que não suporto isso.

- É verdade, tia, está tudo pronto.

A tia Polly confiava pouco nestas palavras e saiu para ver com os seus próprios olhos, pensando que já se daria por satisfeita se vinte por cento do que Tom dizia fosse verdade. Quando chegou e viu todo o tapume caiado, e, não só caiado, mas com umas poucas de demãos, além de uma tira no chão, o seu espanto foi quase indescritível.

- Francamente! Não se pode negar que és capaz de trabalhar quando te dispões a isso, Tom.

Mas logo diluiu o elogio acrescentando:

- Só que é muito raro que te disponhas a isso, tenho de dizê-lo. Agora vai brincar, mas toma cuidado. Vem cedo, se não apanhas uma sova.

Estava tão maravilhada com o esplêndido feito do rapaz que o levou junto de um armário, escolheu uma bela maçã e fez-lhe um sermão acerca do valor e gosto de um prémio bem ganho à custa de esforço honesto; enquanto terminava com uma citação da Sagrada Escritura, ele surripiou um bolo.

Em seguida saltou cá para fora e viu Sid nos primeiros degraus da escada que levava aos quartos do segundo andar. Tom tinha a mão leve, e em pouco tempo os socos choveram à roda de Sido Antes de a tia Polly voltar a si da surpresa e correr a separá-los, seis ou sete socos acertaram em cheio no seu alvo. Tom pulou por cima do tapume e desapareceu. Havia ali uma cancela, mas como era para o serviço de todos, tinha sempre muita gente e aquela saída era mais rápida.

A alma de Tom estava em paz, agora que tinha ajustado contas com Sid por este ter chamado a atenção da tia para a linha preta, causando-lhe assim uma arrelia.

Tom caminhou junto às casas e voltou para uma rua enlameada, que dava para as traseiras do estábulo onde a tia tinha a vaca.

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Capa do livro As Aventuras de Tom Sawyer
Páginas: 174
Página atual: 12

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 7
Capítulo 3 12
Capítulo 4 17
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 38
Capítulo 8 43
Capítulo 9 47
Capítulo 10 52
Capítulo 11 57
Capítulo 12 61
Capítulo 13 65
Capítulo 14 71
Capítulo 15 76
Capítulo 16 80
Capítulo 17 88
Capítulo 18 91
Capítulo 19 98
Capítulo 20 100
Capítulo 21 104
Capítulo 22 110
Capítulo 23 113
Capítulo 24 118
Capítulo 25 119
Capítulo 26 124
Capítulo 27 131
Capítulo 28 133
Capítulo 29 136
Capítulo 30 142
Capítulo 31 149
Capítulo 32 157
Capítulo 33 160
Capítulo 34 168
Capítulo 35 170
Capítulo 36 174