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Capítulo 23: Capítulo 23

Página 113

Por fim, a atmosfera sonolenta da aldeia agitou-se, e agitou-se vigorosamente: ia ser julgado o assassino. Este julgamento tornou-se assunto de todas as conversas, e Tom não conseguia abstrair-se dele. Sempre que ouvia qualquer referência ao caso, sentia-se arrepiado, pois o seu receio e a sua consciência pouco tranquila quase o persuadiam de que mencionavam o assunto na sua frente para tactearem o terreno; não podia perceber como suspeitavam de que soubesse qualquer coisa acerca do crime, mas, apesar disso, sentia-se pouco à vontade quando assistia a essas conversas, que lhe faziam arrepios.

Um dia combinou com Huck encontrarem-se num lugar solitário, para conversarem, persuadido de que lhe serviria de grande alívio conversar com alguém a respeito do seu segredo, repartindo assim com outrem as suas ralações. Além disso, queria assegurar-se da discrição de Huck.

- Huck, disseste alguma coisa a alguém a respeito... daquilo?

- A respeito de quê?

- Bem sabes de quê.

- Ah! É claro que não.

- Nem uma palavra?

- Nem uma palavra. Assim Deus me ajude. Por que perguntas isso?

- Porque estava com medo.

- Mas, Tom Sawyer, bem sabes que não viveríamos nem dois dias depois de o caso constar. Não pensaste nisso?

Tom sentiu-se mais descansado e, passados momentos, tornou:

- Huck, ninguém conseguiria fazer-te falar, pois não?

- Fazer-me falar? Se eu falasse era o bastante para que o mestiço me afogasse. Não escapava, com certeza.

- Bem, já estou mais descansado. Também calculo que, calando-nos, estamos salvos. Mas talvez fosse melhor jurarmos outra vez. - Está bem, concordo.

Assim, juraram de novo, rodeando o caso de solenidades terríveis. - O que dizem por aí, Huck? Parece que não se fala doutra coisa.

- Eu, por mim, só ouço falar de Muff Potter, Muff Potter, Muff Potter. Faz-me suar constantemente e dá-me vontade de me esconder num buraco qualquer.

- É tal e qual o que sucede comigo. Calculo que é um homem liquidado, mas tenho pena dele. Tu não tens?

- Claro que tenho. Ninguém o defende e, no entanto, nunca fez mal a ninguém. Gostava de pescar, quando apanhava dinheiro embebedava-se e vadiava por aí. Mas na verdade todos fazem o mesmo. Pelo menos a maior parte das pessoas, até os que pregam mais. Mas não é mau. Um dia deu-me metade de um peixe que mal chegava para ele, e muita vez me defendeu quando eu andava com pouca sorte.

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Capa do livro As Aventuras de Tom Sawyer
Páginas: 174
Página atual: 113

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 7
Capítulo 3 12
Capítulo 4 17
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 38
Capítulo 8 43
Capítulo 9 47
Capítulo 10 52
Capítulo 11 57
Capítulo 12 61
Capítulo 13 65
Capítulo 14 71
Capítulo 15 76
Capítulo 16 80
Capítulo 17 88
Capítulo 18 91
Capítulo 19 98
Capítulo 20 100
Capítulo 21 104
Capítulo 22 110
Capítulo 23 113
Capítulo 24 118
Capítulo 25 119
Capítulo 26 124
Capítulo 27 131
Capítulo 28 133
Capítulo 29 136
Capítulo 30 142
Capítulo 31 149
Capítulo 32 157
Capítulo 33 160
Capítulo 34 168
Capítulo 35 170
Capítulo 36 174