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Capítulo 4: Capítulo 4

Página 17

O Sol ergueu-se por sobre um mundo tranquilo e irradiou a sua luz como uma bênção pela pacífica aldeia. Acabado o pequeno-almoço, a família reuniu-se à volta da tia Polly, que rezou uma oração feita de citações da Bíblia, ligadas por umas frases de sua autoria. Depois recitou um severo capítulo do Velho Testamento, como se falasse no monte Sinai. Então, Tom preparou-se para agir, por assim dizer, e fez o possível por decorar os versículos. Sid aprendera a lição na véspera e Tom fez toda a diligência por aprender cinco versículos e escolheu-os do Sermão da Montanha, porque não encontrou outros mais curtos. Ao fim de meia hora, tinha apenas uma vaga ideia geral da lição, porque o seu espírito atravessava todo o campo do pensamento humano, enquanto brincava com as mãos. Mary pegou no livro para o ouvir recitar e Tom tentou desembrulhar aquela meada.

- Bem-aventurados os... os... os...

- Pobres.

- Sim, pobres. Bem-aventurados os pobres... hum... hum...

- De espírito.

- De espírito. Bem-aventurados os pobres de espírito porque eles...

eles...

- Deles.

- Porque deles. Bem-aventurados os pobres de espírito porque deles será o reino dos céus. Bem-aventurados os que choram porque eles... eles...

- Porque eles se...

- Se...

- Porque eles se... Não sei, não sei o que é.

- Serão!

- Sim, serão! Porque eles serão... porque eles serão... Bem-aventurados

aqueles que serão... aqueles que... aqueles que choram porque eles serão... Serão o quê? Por que não me dizes, Mary? Porque hás-de ser assim má?

- Oh! Tom! Meu cabeçudo, não é para te arreliar. Não seria capaz de o fazer. Tens de ir estudar isto outra vez e não percas a coragem. Hás-de conseguir, verás, e, se assim for, dou-te uma coisa bonita. Vamos, sê bom rapaz!

- Está bem! O que é, Mary? Dize o que tens para me dar.

- Não te importes, Tom. Já sabes que quando eu digo que é bonito, é bonito.

- Garantes que é assim, Mary? Pois bem, vou estudar outra vez.

Foi na verdade estudar «outra vez» e, espicaçado pela curiosidade e pelo interesse, estudou tão bem que conseguiu aprender. De prémio, Mary deu-lhe uma navalha Barlow completamente nova e no valor de doze moedas e meia, que lhe causou um prazer enorme. Em boa verdade a lâmina não cortava nada, mas era uma Barlow autêntica, o que representava para o seu possuidor um motivo de orgulho.

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Capa do livro As Aventuras de Tom Sawyer
Páginas: 174
Página atual: 17

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 7
Capítulo 3 12
Capítulo 4 17
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 38
Capítulo 8 43
Capítulo 9 47
Capítulo 10 52
Capítulo 11 57
Capítulo 12 61
Capítulo 13 65
Capítulo 14 71
Capítulo 15 76
Capítulo 16 80
Capítulo 17 88
Capítulo 18 91
Capítulo 19 98
Capítulo 20 100
Capítulo 21 104
Capítulo 22 110
Capítulo 23 113
Capítulo 24 118
Capítulo 25 119
Capítulo 26 124
Capítulo 27 131
Capítulo 28 133
Capítulo 29 136
Capítulo 30 142
Capítulo 31 149
Capítulo 32 157
Capítulo 33 160
Capítulo 34 168
Capítulo 35 170
Capítulo 36 174