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Capítulo 3: Capítulo 3

Página 14

Tom deu meia volta e parou a um ou dois pés de distância da flor; pondo a mão por cima dos olhos, a ensombrá-los, olhou para o lado de baixo da rua, como se ali se passasse alguma coisa de grande interesse; em seguida apanhou uma palha, começou a fazer o possível por equilibrá-la no nariz, inclinando a cabeça para trás e, movendo-se de um lado para o outro, foi-se aproximando do amor-perfeito até lhe pôr o pé em cima. Então, dobrando os dedos, apanhou a flor e afastou-se aos saltos, virando na esquina seguinte. Demorou-se apenas alguns minutos, o tempo preciso para guardar a flor no casaco, junto do coração, ou do estômago, talvez, porque não era muito entendido em anatomia, nem por certo muito exigente. Depois voltou e ficou por ali até anoitecer, exibindo-se como antes; a pequena não tornou a aparecer, mas Tom consolou-se com a esperança de que estivesse junto de alguma janela e que as suas atenções lhe não passassem despercebidas. Por fim resolveu-se, a custo, a voltar para casa. Levava a cabeça cheia de visões.

Durante toda a ceia mostrou-se tão alegre que a tia perguntava a si própria o que teria o pequeno. Apanhou uma grande descompostura por ter sovado Sid, mas não se importou muito com o caso; tentou roubar açúcar mesmo à vista da tia, e apanhou nos dedos por conta disso.

- Por que não faz o mesmo a Sid, quando ele rouba açúcar, tia?

- Porque Sid não atormenta uma pessoa, como tu. Se não te vigiasse, não fazias outra coisa que não fosse tirar açúcar.

Pouco depois, a tia Polly teve de ir à cozinha, e Sid, contente com esta certeza de imunidade, estendeu a mão para o açucareiro, deitando a Tom um olhar de triunfo insuportável. Mas o açucareiro escorregou-lhe, caiu e quebrou-se. Tom ficou radiante. Radiante a um ponto que conseguiu dominar-se e ficar em silêncio, prometendo a si próprio conservar-se quieto e calado até a tia entrar; só então falaria, e por certo não havia no mundo nada melhor do que ver aquele menino modelo apanhar a sua conta. Estava tão satisfeito que a muito custo se calou quando a tia voltou e parou, com ar furioso, a olhar para os cacos do açucareiro. Tom disse Consigo:

«Agora é que é.»

Mas um momento depois estava estendido no chão e a tia levantava o braço para o baixar de novo, quando Tom gritou:

- Pare! Por que me bate? Foi o Sid quem quebrou o açucareiro.

A tia parou indecisa e Tom esperou que se comovesse, mas ela respondeu:

- Não se perderam as que apanhaste, porque estou certa de que enquanto saí daqui não passaste sem fazer qualquer outra proeza.

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Capa do livro As Aventuras de Tom Sawyer
Páginas: 174
Página atual: 14

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 7
Capítulo 3 12
Capítulo 4 17
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 38
Capítulo 8 43
Capítulo 9 47
Capítulo 10 52
Capítulo 11 57
Capítulo 12 61
Capítulo 13 65
Capítulo 14 71
Capítulo 15 76
Capítulo 16 80
Capítulo 17 88
Capítulo 18 91
Capítulo 19 98
Capítulo 20 100
Capítulo 21 104
Capítulo 22 110
Capítulo 23 113
Capítulo 24 118
Capítulo 25 119
Capítulo 26 124
Capítulo 27 131
Capítulo 28 133
Capítulo 29 136
Capítulo 30 142
Capítulo 31 149
Capítulo 32 157
Capítulo 33 160
Capítulo 34 168
Capítulo 35 170
Capítulo 36 174