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Capítulo 31: Capítulo 31

Página 151
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Caminhando ao seu lado, cheia de medo, Becky fez tudo para segurar as lágrimas mas, por fim, não pôde mais e disse a chorar:

- Oh! Tom, não te importes com os morcegos e vamos por aquele caminho. Assim, parece que cada vez estamos mais longe.

Tom parou e disse: - Escuta.

Profundo silêncio. Tão profundo que eles sentiam distintamente a sua própria respiração. Tom gritou, e esse grito foi ecoando pelos corredores vazios para se extinguir à distância, num tom quase imperceptível, que parecia uma risada trocista.

- Não tornes a fazer isso, Tom. É horrível! - pediu Becky.

- E horrível, mas é útil, Becky; assim podiam ouvir-nos, sabes?

Gritou outra vez.

O «podiam» era ainda mais horrível do que a risada trocista, porque confessava a morte de uma esperança. De pé e em silêncio, as crianças escutaram, e não ouviram nada. Então, Tom voltou-se com rapidez para o caminho por onde viera, e começou a andar, mas, em breve, Becky notou, pela indecisão com que ele se movia, o facto tremendo de que não se lembrava qual era o corredor.

- Oh! Tom, não fizeste sinais!

- Fui um doido, Becky! Um verdadeiro doido! Nunca me passou pela cabeça que pudéssemos ter de voltar para trás! Agora não sei o caminho. É uma confusão.

- Tom, perdemo-nos! Perdemo-nos e nunca mais sairemos deste lugar medonho! Ai! Porque havíamos de nos ter separado dos outros?

Deixou-se cair no chão e começou a chorar, num tal desespero que Tom se sentiu horrorizado com a ideia de que a sua companheira pudesse morrer ou endoidecer. Sentou-se junto dela e pôs-lhe os braços em volta do pescoço; Becky encostou a cabeça ao ombro dele e contou-lhe todos os seus terrores, o seu arrependimento, mas os sons eram transportados pelo eco em risos sarcásticos. Tom quis fazer-lhe reviver a esperança, mas, reconhecendo que não conseguia, começou a censurar-se a si próprio por tê-la levado a uma tão triste situação. Estas palavras tiveram melhor efeito porque, ao ouvi-las, Becky fez o possível por se levantar e prometeu segui-lo para onde quer que fosse, contanto que ele não tornasse a falar daquele modo, porque não era, em coisa alguma, mais digno de censura do que ela, dizia.

Seguiram, pois, sem um fim, andando ao acaso e apenas para não ficarem quietos.

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Capa do livro As Aventuras de Tom Sawyer
Páginas: 174
Página atual: 151

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 7
Capítulo 3 12
Capítulo 4 17
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 38
Capítulo 8 43
Capítulo 9 47
Capítulo 10 52
Capítulo 11 57
Capítulo 12 61
Capítulo 13 65
Capítulo 14 71
Capítulo 15 76
Capítulo 16 80
Capítulo 17 88
Capítulo 18 91
Capítulo 19 98
Capítulo 20 100
Capítulo 21 104
Capítulo 22 110
Capítulo 23 113
Capítulo 24 118
Capítulo 25 119
Capítulo 26 124
Capítulo 27 131
Capítulo 28 133
Capítulo 29 136
Capítulo 30 142
Capítulo 31 149
Capítulo 32 157
Capítulo 33 160
Capítulo 34 168
Capítulo 35 170
Capítulo 36 174