Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 31: Capítulo 31

Página 152
Durante algum tempo a esperança pareceu reviver, não porque houvesse razão para isso, mas só porque a esperança dificilmente morre no espírito dos que têm pouca idade e, por isso, não estão familiarizados com a desgraça. Passados momentos, Tom pegou na vela de Becky e apagou-a. Esta economia era muito importante, e nem foram precisas palavras para Becky compreender e perder de novo a coragem. Sabia que Tom tinha uma vela inteira e vários bocados na algibeira e, apesar disso, precisava de poupar.

Dentro em pouco, o cansaço começou a fazer-se sentir. A princípio, as crianças não quiseram dar atenção, pois sabiam que era horrível sentarem-se ali numa ocasião em que o tempo era tão precioso e em que andar, fosse para onde fosse, podia finalmente ser proveitoso. Sentarem-se era chamar a morte e facilitar a sua missão.

Mas, por fim, os membros fragéis de Becky recusaram-se a levá-la mais longe, e ela sentou-se. Tom ficou a seu lado e puseram-se a falar da aldeia, dos amigos que lá tinham deixado, das camas confortáveis e, em especial, da luz. Becky chorou e Tom quis lembrar-se de alguma coisa para lhe dar alento, mas tudo o que pudesse dizer-lhe perdera o efeito à força de ser repetido e parecia uma ironia. A fadiga foi aumentando e, por fim, Becky adormeceu. Tom ficou satisfeito. Pôs-se a olhar para a sua cara e, pouco a pouco, viu a expressão acalmar-se-lhe sob a natural influência de sonhos agradáveis, chegando mesmo os lábios a entreabrir-se num sorriso. Havia no seu rostozinho uma tranquilidade que fez com que Tom pensasse nos tempos idos. Em certa altura Becky acordou, com um sorriso alegre, que logo se lhe gelou nos lábios.

- Como pude eu dormir? - disse em voz triste. - Antes nunca tivesse acordado. Não. Não, Tom, não olhes assim para mim, porque não torno a dizer isto.

- Fico contente por teres dormido, Becky. Agora estás mais descansada e podemos ir procurar o caminho.

- Vamos tentar, Tom, mas vi coisas tão bonitas nos meus sonhos, terras tão risonhas, de onde parecem chamar-me, que é naturalmente para onde tenho de ir.

-Talvez não! Talvez não! Ânimo, Becky, e vamos tentar mais uma vez. Levantaram-se e andaram por ali de mãos dadas e com pouca esperança. Quiseram calcular quanto tempo teria passado depois de entrarem para a gruta; parecia-lhes que teriam decorrido dias e semanas, mas sabiam que isso era impossível, porque as velas ainda se não tinham acabado.

<< Página Anterior

pág. 152 (Capítulo 31)

Página Seguinte >>

Capa do livro As Aventuras de Tom Sawyer
Páginas: 174
Página atual: 152

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 7
Capítulo 3 12
Capítulo 4 17
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 38
Capítulo 8 43
Capítulo 9 47
Capítulo 10 52
Capítulo 11 57
Capítulo 12 61
Capítulo 13 65
Capítulo 14 71
Capítulo 15 76
Capítulo 16 80
Capítulo 17 88
Capítulo 18 91
Capítulo 19 98
Capítulo 20 100
Capítulo 21 104
Capítulo 22 110
Capítulo 23 113
Capítulo 24 118
Capítulo 25 119
Capítulo 26 124
Capítulo 27 131
Capítulo 28 133
Capítulo 29 136
Capítulo 30 142
Capítulo 31 149
Capítulo 32 157
Capítulo 33 160
Capítulo 34 168
Capítulo 35 170
Capítulo 36 174