- Pois sim... mas agora na ocasião das eleições... Sr. Conselheiro, não sei se faz bem.
- Para compensação trataremos de apressar o princípio das estradas: também o pude conseguir.
- Inda assim... Receio alguns motins.
- Reprimem-se.
- O pior é que há-de haver quem lance mão dessa arma contra nós.
- Quem?
- Ora! não falta quem. Basta o missionário, que já pregou contra isso.
- Não tenha medo. Quando muito, algum motinzito sem consequências. Leve-os por bem. E, se for preciso, fale ao ouvido desse tal missionário... O homem que quer? Provavelmente alguma abadia? Algum canonicato? É preciso ver isso.
- Ele diz que não quer nada.
- Bem sei, todos dizem o mesmo - disse o conselheiro, com a sua descrença de homem político.
Tapadas retirou-se mal assombrado. De facto a opinião pública era, por toda a aldeia, em extremo adversa aos cemitérios, e ele mesmo não estava de todo limpo do preconceito geral, mas a sua afeição ao conselheiro obrigava-o a digerir a disposição legal, conforme podia.
Depois de ele se retirar, o conselheiro disse, erguendo-se:
- Vem em má ocasião a medida, vem; é arrojada para as épocas eleitorais; se houvesse um chefe hábil que a aproveitasse, podia.