Neste ponto da conversa viram passar por eles Henrique, que ia ter com um agente eleitoral, a sugerir-lhe uma ideia para vencer não sei que eleitor recalcitrante.
- Aí anda este - disse um dos do grupo, seguindo-o com a vista. - Era bem feito que lhe dessem outra lição, como a da taberna do Canada.
- Ordem, ordem e prudência! - disse o Pertunhas. - É preciso manter a liberdade da urna, senhores, e as garantias constitucionais!
- Mas que tem este senhor com as nossas eleições?
- Quem o manda meter-se cá nestas coisas?
- Ora é boa! Então não sabem que ele casa no Mosteiro? - disse o Pertunhas, que andava sempre informado das vidas alheias.
- Sim?!
- É verdade. Há pouco, quando eu estava falando com Augusto, veio a nós o José Barbeiro, que nos deu essa novidade, que lha dissera o Manuel da Quinta, que a ouvira à Gertrudes, criada do Mosteiro.
- Casa com a Morgadinha, já se sabe!
- Pois vedes! Não que a bolada convida! A mim logo me farejou isso, quando vi chegar este figurão cá à terra.