- Não dei por isso, mas agora parece-me que há já muito tempo que deixei de ouvir os outros.
- Na verdade, Becky, devemos estar muito abaixo deles, e não sei em que direcção, não sei se é norte, sul, este ou qual é. Nem podemos ouvi-los daqui.
Becky começou a estar apreensiva.
- Gostava de saber há quanto tempo estamos cá em baixo. Talvez fosse melhor voltarmos para trás.
- Sim, calculo que sim. Tens razão, vamo-nos embora.
- E sabes o caminho, Tom? Para mim é tudo muito confuso.
- Penso que me será fácil encontrá-lo. O pior são os morcegos. Se nos apagam as nossas duas velas, vai ser uma atrapalhação. O que devemos é experimentar outro caminho, para não termos de passar por ali.
- Contanto que não nos vamos perder. Seria horrível!
A pequena estremeceu só de pensar no que aconteceria se tal se desse. Enveredaram por um corredor, caminhando em silêncio e relanceando
um olhar para cada nova passagem que se lhes deparava, a ver se lhe conheciam o aspecto, mas todas eram igualmente estranhas. De cada vez que Tom fixava o olhar numa nova parede, Becky, muito atenta, examinava a cara dele à espera de um sorriso animador, e ele dizia com ar prazenteiro:
- Está bem! Está bem! Esta passagem não é ainda a que nós procuramos, mas lá chegaremos.
No entanto, de cada vez que chegava a esta conclusão, a sua esperança diminuía, e, numa dada altura, começaram a seguir por corredores ao acaso, numa ânsia de encontrarem aquele que pretendiam. Tom continuava a dizer que tudo estava bem, mas tinha tal tristeza no coração que, sem ele querer, as palavras soavam como se dissesse que estava tudo perdido.