O ervanário estava cada vez mais pensativo.
- Pensaste bem. A velhice é assim; e eu queria dar mais importância a dois anos de vida, que me restam, do que à vida nova que vai haver para esta terra. Fizeste bem.
- Esperava ouvir isso mesmo de ti, Vicente. Além de que, dissipa as apreensões com que estás; em toda a parte terás árvores... O ervanário interrompeu-o:
- Se não entendes o amor que eu tenho por estas, não faças por consolar-me, Manuel, porque me afliges mais.
- Porém, deixa-me dizer-te, Vicente, que no Mosteiro, ou em qualquer das nossas propriedades, tens sempre um lugar vago à tua espera, tanto à mesa, como ao canto do fogão, e amigos que te receberão com prazer.
- Não receio ficar sem abrigo, Manuel. Em cada choupana de pobre teria tecto e pão. Conto com a colheita de algum bem que semeei.
- Eu farei com que o contrato da expropriação seja o mais favorável possível.