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Capítulo 17: XVII

Página 266
Vejamos, em quanto avalias...

- Não falemos nisso. A avaliar por o que eu lhe quero, ninguém mo pagaria; a não atender a isso, tudo será pagá-lo bem.

- Mas...

- Não falemos nisso, homem. Tenho medo de que estas árvores me ouçam propor o preço por que as vendo. Se alguma coisa posso pedir-te, então...

- Tudo. Diz em que te posso servir.

- Peço-te que decidas a pretensão daquele pobre rapaz, de Augusto; que te lembres um dia de que aqui na aldeia há um homem, que tem vinte anos, um coração e uma cabeça como tu sabes, e que de ti e dos teus, da gente que dá e vende graças, honras e empregos, só quer um favor... mas uma justiça: lembra-te disso.

- Falas do despacho efectivo para professor? É uma coisa facílima; mais que ele queira... E antes ele quisesse mais; esse rapaz perde por modesto. Acredita, às vezes é mais fácil servir os ambiciosos.

Nem eu sei o que tem empatado esse negócio. É certo que há um competidor, por quem alguém trabalha; mas não importa, conta com isso, como negócio concluído.

- Enquanto não vir...

- Hoje mesmo escrevo para Lisboa. É só isso que pedes? Vê lá.

- E que me deixes agora só.

- E não me ficas querendo mal, Vicente?

- Não. Estou a acreditar que tiveste razão, ou pelo menos que supões que a tens. Basta-me isso para te perdoar.

- Ver-te-ei no Mosteiro antes de partir? Depois do dia de Reis volto a Lisboa, e só tornarei para a campanha eleitoral.

- Não prometo.

- Adeus.

O conselheiro estendeu a mão ao ervanário, que não retirou a sua, e partiu.

- Está feito! - ia pensando o conselheiro à saída. - Não foi tão difícil como julgava. Está razoável o homem. Quem o viu e quem o vê! O que faz a idade! Bem! Agora é apressar os trabalhos para antes das eleições, a ver se acalmam algum fermentozito de oposição, que por aí possa haver, que pequeno será.

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pág. 266 (Capítulo 17)

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Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 266

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506