Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 9: IX

Página 135

Madalena e Cristina também não estavam menos impressionadas por o que viam. Esta, porém, tinha uma causa secreta a aguarentar- lhe o prazer que as belezas naturais lhe pudessem ocasionar.

Era esta causa a mesma dos seus leves despeitos de pela manhã.

Henrique continuava a ser todo atenções e galanteios com Madalena; parava a cada momento naqueles pontos do caminho que lhe pareciam mais difíceis de vencer, para lhe oferecer a mão a ela, sempre a ela, a quem dirigia também todas as reflexões que o aspecto da paisagem lhe suscitava e nunca à esquecida Cristina que, nesses momentos, quase achava a manhã desagradável e o sítio feio e sombrio.

A Morgadinha respondia sempre em curtas frases a Henrique e recusava insistentemente o auxílio que ele lhe oferecia.

- Estou a suspeitar que esses oferecimentos do primo são mais devidos à necessidade, que sente, de quem o auxilie, do que ao empenho de nos auxiliar - disse ela, sorrindo. - A falar verdade, para quem tem passado a vida a trilhar os passeios do Chiado, que admira? Eu fui criada nisto. Tenho um pouco de alpestre. Adiante.

E de uma ocasião, em que estava perto dele, disse-lhe a meia voz:

- Pode ser que Cristina careça mais do seu braço, primo.

Ainda não teve a lembrança de lho oferecer.

Henrique só então deu por esse esquecimento; apressou-se a remediá-lo, oferecendo a Cristina também o braço, que esta recusou, corando.

- Então porque recusas? - perguntou-lhe a Morgadinha, em voz baixa.

- Porque não quero abusar da delicadeza dele, nem da tua.

A Morgadinha abanou a cabeça em ar de repreensão, fitando-a, mas não lhe disse nada.

Pouco a pouco ia sendo mais completo o silêncio em torno deles.

Já tinham passado acima dos rumores do vale, que não subiam a mais de meia encosta.

<< Página Anterior

pág. 135 (Capítulo 9)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 135

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506