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Capítulo 10: X

Página 159

Qualquer que fosse o desgosto que a descoberta lhe produzisse, é certo que teve sobre a rebelião dos maus instintos poder suficiente para se obrigar a ir apertar a mão a Augusto.

O velho Vicente estava pálido e extenuado pelo esforço da luta com a corrente; ainda assim abraçou também Augusto, dizendo:

- Agradeço a Deus o haver-me dado esta ocasião de te dever a vida, rapaz. Era um prazer que desejava levar da terra, quando a deixasse.

Madalena e Cristina rodeavam o velho de cuidados.

Apareceram, enfim, do outro lado do ribeiro, os criados enviados por D. Vitória com guarda-chuvas e roupas de agasalho. Com eles vinha também o moleiro, a quem mandaram chamar para dar passagem pelo moinho, visto estar obstruída a ponte, e, ao mesmo tempo, para que as senhoras pudessem aí dentro mudar de fato.

Augusto seguiu o ervanário a casa.

Passada meia hora, saíram também do moinho os outros todos, depois de haverem renovado a roupa, que a chuva repassara.

No Mosteiro, D. Vitória recebeu a filha e a sobrinha com muitas exclamações e ralhos por não terem ido prevenidas com guarda- -chuvas, como ela lhes recomendara; estas iras cedo se derivaram sobre os criados, a quem, entre outros delitos, atribuía o de a não haverem avisado de que, na véspera, passara por ali o caldeireiro ambulante, repenicando nos seus arames, o que, sendo prognóstico infalível de chuva, faria com que ela, sabendo-o, se opusesse a tal passeio.

Em Alvapenha, D. Doroteia e Maria de Jesus não levantaram menor celeuma, ao verem chegar Henrique. Fizeram-no meter na cama, cobriram-no de cobertores, emborcaram-no de punch e tais medos lhe insinuaram que as apreensões patológicas de Henrique agitaram-se e tentaram reapossar-se da sua antiga vítima.

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pág. 159 (Capítulo 10)

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Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 159

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506