Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 11: XI

Página 168

- Eu digo... - tartamudeou, intimidado, o lavrador.

- Pois sim: mas não deve meter-se a falar em coisas que não entende. As estradas não servem para nada! As estradas são meios de comunicação e... facilitam o... o... o tráfego comercial e aumentam por conseguinte a riqueza das nações... Porque o trabalho representa um capital... sim, senhores, mas... mas um capital... sim... um capital morto... quero dizer... um capital que... não vive... Quero dizer... sim... suponhamos: o crédito por exemplo... O crédito... sim... aí está o crédito... Pois que é o crédito?... O crédito é... é o crédito... depende de muitas coisas... Por outra, suponhamos... se nós não tivéssemos estradas... Uma suposição... Partamos de um princípio. A produção excede o consumo... Quero mesmo que o consumo exceda a produção... Sim, quero mesmo isso... Muito bem... Daí que resulta? Está claro que um desequilíbrio. E depois?... Depois, boas noites... Não havendo estradas... Aí está que se diz por aí que a livre exportação, que tal, que sim senhores... mais isto, mais aquilo... Pois não é assim. É preciso que se atenda também às condições económicas dos povos. Sim... eu digo: O comércio deve ser livre... Muito bem... Em termos já se sabe... Mas... o comércio livre... a livre troca... entendamo-nos... É preciso clareza de ideias... Quando eu digo que... Ora suponhamos... suponhamos que não havia estradas... Os transportes eram mais difíceis e portanto mais caros... E, se, além disso, os géneros fossem escassos, e... Diz vossemecê: para que servem as estradas? Ora diga-me uma coisa, Sr. Manuel: suponhamos que... os impostos indirectos... não precisamos de ir mais longe... os impostos indirectos... Sempre queria que me dissesse o que havia de fazer?

- Impostos, Deus me livre deles! - murmurou o lavrador, cujos instintos trepidaram à palavra «impostos».

<< Página Anterior

pág. 168 (Capítulo 11)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 168

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506