Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 12: XII

Página 178
Três ou quatro lisonjas, outras tantas promessas, alguns conselhos modestamente pedidos com fingida ingenuidade, serviram- no perfeitamente.

Deixemo-los nós na laboriosa e pouco invejada tarefa de manter a popularidade e vamos seguir Ângelo, que se separou do pai à porta da venda, para chegar mais depressa ao Mosteiro.

Metendo a galope o pequeno baio que montava, dirigiu-se para casa com aqueles alvoroços no coração que conhece quem já foi estudante e se recorda ainda do que experimentava ao ver de longe despontar o telhado da casa paterna, onde vinha gozar as delícias de umas almejadas férias.

Ângelo tinha por este tempo treze para catorze anos. Era uma agradável figura de criança, expressiva de inteligência e de vida.

Tinha nas feições um misto da delicadeza de Madalena e da energia varonil, e ao mesmo tempo atraente, do conselheiro.

O cabelo louro e curto levantava-se-lhe graciosamente em anéis naturais, com grande vantagem para a espaçosa e bem modelada fronte.

Quando Ângelo chegou ao pátio, era quase noite fechada. As janelas do Mosteiro estavam todas obscuras, à excepção das das águas-furtadas, correspondentes aos quartos das crianças. Ângelo desmontou e cautelosamente se dirigiu a pé para casa.

Torcato dormia à porta, como frequentemente lhe acontecia.

Ângelo pôde assim penetrar sem ser percebido até o mais íntimo da casa, até os aposentos onde dormiam as crianças, e em cujas janelas avistara luz.

A cena que viu, ao entrar ali, insinuou-lhe no coração uma suave e consoladora alegria.

O mais novo dos seus primos, criança de três anos, estava meio nu e de joelhos sobre o leito, com as mãos erguidas e os olhos fitos em um crucifixo que tinha à cabeceira. Madalena, ao lado dele, ditava-lhe as palavras da oração, que a criança repetia, cheia de fervor.

<< Página Anterior

pág. 178 (Capítulo 12)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 178

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506