Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 15: XV

Página 228
Esta ordem de reflexões estavam acudindo outra vez a Henrique e recebiam da excitação, que se apoderara dele aquela noite, uma tenacidade maior. Sentindo a cabeça em fogo, Henrique levantou-se, apagou a luz, e, abrindo a janela do quarto, saiu à varanda que deitava para a quinta, a respirar o ar livre.

A noite era sem luar e sem névoas. Descobriam-se muitas estrelas no céu, que com forte cintilação parecia iluminarem a terra de um ténue crepúsculo, que mal deixava distinguir os objectos.

O ar frio da noite estava produzindo em Henrique um prazer, que ele procurava prolongar.

Não havia passado muito tempo, depois que assim se encostara à varanda do quarto, quando lhe atraiu a atenção certo vulto alvacento, que furtivamente se movia numa das ruas da quinta.

Pareceu-lhe uma figura de mulher.

Justamente naquela ocasião tinha Henrique na memória o período final da carta do seu amigo.

Por isso ocorreu-lhe uma ideia satânica:

- Ah!... Querem ver que... A dor de cabeça súbita... A insistência em ficar só... Percebo... Um primo tímido e modesto... E, murmurando estas palavras, um sorriso maligno encrespava os lábios de Henrique.

- Se eu pudesse averiguar isto... Mas ela corre com uma ligeireza que, antes que eu ache meio de sair para a quinta... já a levará bem longe.

O meio, porém, não era difícil de encontrar. Da varanda em que estava Henrique passava-se com grande facilidade para outra imediata, na qual havia uma escada de comunicação para a quinta.

Reconhecendo esta disposição do terreno, Henrique operou num momento a descida e pouco depois procurara através da quinta os vestígios da mulher que tinha perdido de vista.

Nesta operação esforçava-se por combinar com a máxima ligeireza a possível precaução, para não ser por causa alguma frustrada a sua pesquisa.

<< Página Anterior

pág. 228 (Capítulo 15)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 228

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506