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Capítulo 18: XVIII

Página 288

- Desta vez foi de uma severidade!! - pensou Henrique. - Cada vez me convenço mais de que o idílio existe e que vai já muito adiantado. Mas agora me lembro: e o meu duelo com o Romeu, que nunca mais vi? Não foi má tolice aquela minha! Preciso de procurar o homem para lhe dizer que o caso não vale a pena.

O despeito de Madalena pelas palavras de Henrique fora desta vez mais intenso; quase chegou a fazê-la desesperar da tenção que alimentava ainda, pois disse a Cristina:

- Ai, filha, que não sei se deva curar-te antes a ti do que a ele.

- Que dizes?!

- Nada. Há doenças que fazem desesperar os médicos.

Era já noite. Os grupos, que ainda depois do auto se conservaram no pátio do Mosteiro, a brindarem à hospitalidade dos proprietários, foram dispersando pouco a pouco.

A banda de mestre Pertunhas saiu também com o fim de se preparar para as serenatas a casa do Brasileiro e de várias personagens da terra, a quem era devido cantar os Reis.

Ângelo saíra da sala. Fora para o fim da rua de sobreiros, anterior ao pátio da quinta, esperar por Ermelinda para lhe dizer adeus.

À medida que a noite se cerrava, parecia que se estendiam as sombras à fronte e ao coração do pobre rapaz.

Era a noite de Reis, a última dos dias de férias; na manhã seguinte devia partir com o pai para Lisboa.

Que amargura a destas últimas horas! Que intensas saudades não se amontoam no coração das crianças ao expirar o termo desse feliz espaço de tempo, que viveram para os carinhos da família e para os folguedos despreocupados! Percebe-se em nós mesmos aquela iminência de lágrimas, que à menor palavra rebentam.

Quem não terá recordações de infância a falar-lhe disto? O pátio despovoara-se de gente; através das vidraças da casa viam-se já brilhar as luzes interiores.

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pág. 288 (Capítulo 18)

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Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 288

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506