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Capítulo 19: XIX

Página 294

- Isso não tira. Então a tia julga que só os tolos fazem versos?

- Tolos não digo, mas...

- Mas um pouco feridos na asa, não é verdade?

- Ora pois então diz-me tu, menino, se um homem sério... sim... um homem de respeito faz versos.

- Porque não?

- Versos?!

- Versos, sim, senhora.

D. Doroteia fez um gesto de incredulidade.

Henrique ia a redarguir, quando ouviram passos no patamar de pedra da entrada e, após, algumas pancadas à porta da sala.

- Abra, tia Doroteia - disseram de fora as vozes de Madalena e de Cristina, que foram logo reconhecidas.

E cedo depois entravam alegremente na sala, em companhia de D. Vitória, que vinha mais retardada.

D. Doroteia levantou-se para recebê-las.

- Bons dias ou boas tardes, tia Doroteia, porque me parece que já jantaram. Vimos aqui para confiar aos seus cuidados a tia Vitória, que não nos quer acompanhar a ouvir a palavra eloquente do missionário - disse a Morgadinha.

- Eu não; para apertos e barafundas é que não estou.

- E tu vais, Lena? - perguntou D. Doroteia.

- Então? Não quero passar por impenitente. Ainda não o ouvi.

Pode crer? Além de que percebi na Criste um fervor, com o qual quis condescender.

- Dizem que prega tão bem - atalhou Cristina.

- Pois pregará, mas eu é que já não estou para sermões - ponderou D. Vitória.

- Vou eu também ouvir o missionário - disse Henrique, levantando-se. - Já mo mostraram há dias. Se os dotes oratórios do homem corresponderem à figura...

- Então? - interrogou D. Doroteia.

- É um homem gordo e vermelho, de pulso grosso e, em geral, tipo da grossura do pulso.

- Pois bom é que vás, menino - disse D. Doroteia - para acompanhares as pequenas.

- Como quiser, primo - acudiu Madalena - mas não se constranja.

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pág. 294 (Capítulo 19)

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Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 294

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506