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Capítulo 22: XXII

Página 350

Henrique procurou minorar o efeito que esta leitura tinha produzido no ânimo da Morgadinha por meio de algumas consolações, que uma indulgente moral, muito do uso da sociedade, lhe inspirava.

Percebeu, porém, que, embora as manifestações do sentimento tivessem cessado já em Madalena, não se lhe tinha ainda dissipado a profunda e penosa impressão que lhe ficara da leitura.

Como para fazer cessar aquele género de consolações, a que Henrique se julgava obrigado, e que a ela eram custosas de ouvir, Madalena disse, em tom já aparentemente sereno:

- Bem; visto que é necessário precavermo-nos, vejamos de quem e quais as cautelas que temos a adoptar. Meu pai parece suspeitar de alguém, mas não se pronuncia claramente.

Nisto entrou na sala D. Vitória, carregada de roupa como para uma viagem aos pólos, e queixando-se do frio, cuja intensidade atribuía em grande parte aos criados, por se terem descuidado de acender logo de manhã os fogões da casa.

Quando D. Vitória foi informada do conteúdo da carta do seu cunhado, levantou um alarido desolador. Por sua vontade ordenava logo ali um interrogatório e uma devassa geral a todos os criados da casa, aos quais, segundo o costume, atribuía a culpa toda.

Madalena e Henrique tiveram muito que fazer para a convencerem da inutilidade e inconveniência desse alvitre e para lhe mostrarem a necessidade de usar de toda a prudência e dissimulação nesta pesquisa.

- Aqui entre nós - dizia Henrique - vejamos em quem se pode, com plausibilidade, fazer recair as suspeitas. O Sr. conselheiro diz bem: um criado boçal pode roubar uma jóia, subtrair qualquer objecto de valor intrínseco; porém, os ladrões de cartas, como estas, são de outra espécie e de inteligência mais apurada. Ora entre a gente que frequenta o Mosteiro.

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pág. 350 (Capítulo 22)

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Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 350

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506