Susteve-os o Brasileiro e outros igualmente pacíficos.
- Então! Então! Isso que é?
- Quero perguntar àquele senhor de que é que se ri - bradava o morgado, furioso.
- Para isso não se incomode - respondeu Henrique. - Eu mesmo daqui lhe respondo. Rio-me da ridícula figura que está fazendo.
- Ah! Ouvem-no? Larguem-me, deixem-me, deixem-me... Ó Cosme!...
E o morgado barafustava entre os braços débeis que o retinham.
No povo principiou a subir a maré das murmurações contra Henrique.
- O senhor vem para aqui armar desordens?
- É para espiar?
- Depois queixe-se...
- Não se meta com a gente.
O morgado, bracejando, espumando, e largando por pouco a jaqueta nas mãos que o retinham, conseguiu, graças aos seus músculos robustos, sacudir de si todos os obstáculos, e correu para Henrique, que por prevenção se colocou de pé.
O Sr. Joãozinho, cego de embriaguez e de raiva, berrava voltado para ele:
- O senhor conhece-me?... O senhor sabe com quem fala? Olhe bem para mim... Quero ver agora se ainda se ri.
- Porque não? Se cada vez está mais ridículo.
O morgado deu um urro selvagem e fez um movimento como para se atirar a Henrique.
Este recuou um passo, e, pegando no copo que ainda tinha intacto diante de si, despejou-o todo sobre aquela figura já avinhada, dizendo motejadoramente:
- Aí tem; é isso provavelmente o que vem buscar.
O rosto, as mãos e a camisa do Sr. Joãozinho ficaram literalmente tingidas. Soltando um rugido de fera, levou a mão à faixa da cinta, como a procurar uma arma. Henrique, percebendo-lhe o movimento, antecipou-se a segurá-lo pela garganta, para o reter e afastar de si.
O morgado torcia-se e espumava sob a constrição de Henrique, e, já congestionado e rouco, bradou:
- Ó Cosme!.