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Capítulo 26: XXVI

Página 403
E sempre movendo-se ágil e sem ruído, diligente e sem confusão.

Madalena, que se sentara a um canto da sala, quase subjugada pelas muitas e violentas comoções daquele dia, contemplava a actividade da prima e estranhava-a.

Ela própria, que melhor do que ninguém conhecia Cristina, nunca a supusera capaz daquela firmeza de ânimo e daquele espírito metódico e providencial de que estava dando agora irrecusáveis provas.

Apreciara-lhe até então os dotes de criança, a bondade do coração, os extremos de afecto que possuía; mas ainda a não tinha visto tomando assim tanto a sério a sua missão de mulher e desempenhando- se dela tão dignamente.

Esta ordem de reflexões conduzia naturalmente a outras o espírito da Morgadinha. Reparando para Henrique, assim derrubado no leito, e como que sob a protecção de uma tímida e débil criança que, mais do que ele, parecia carecer de amparo, Madalena não pôde reprimir um sorriso benigno e pensou:

- Sim; aquela cabeça estouvada pôde até hoje passar por este anjo sem o conhecer; mas é preciso não ter coração para que, ao erguer-se daquele leito, não seja o seu primeiro movimento o de ajoelhar diante dela para a adorar. E Henrique não é falto de coração. Lida, lida, minha boa Cristina, que para a tua felicidade lidas. Foi a Providência que quis que tu vencesses com as mais abençoa das armas que concedeu à mulher. Confio em Deus que vencerás. Deixar-te-ei todas as fadigas, para te pertencer todo o prazer.

E, em harmonia com esta resolução, a Morgadinha absteve-se de intervir no tratamento de Henrique.

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Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 403

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506